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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Células Estaminais

O que são células estaminais?

As células estaminais são células indiferenciadas que podem dar origem aos diferentes tipos de células de um organismo. Estas células têm ainda capacidade de se auto-renovar. Iisto significa que uma célula estaminal ao dar origem a uma célula mais especializada (diferenciada) dá também origem a uma cópia idêntica de si mesma, e tem também capacidade de se multiplicar aumentando o número de células estaminais (expansão). Existem diferentes tipos de células estaminais.
Durante o desenvolvimento embrionário, estas células especializam-se, originando os vários tipos de células do corpo, desde as células do músculo cardíaco, células nervosas, glóbulos vermelhos ou células da pele, ou mesmo, por exemplo, as células que fazem parte do olho. Mais tarde, no indivíduo adulto, as células estaminais reparam tecidos danificados e substituem as células que vão morrendo.
O exemplo mais conhecido é a substituição dos glóbulos vermelhos do nosso sangue. Estas células desempenham um papel crucial para a saúde e bem-estar de cada um de nós. As células estaminais podem ser usadas em transplantes para curar doenças em que os tecidos foram perigosamente danificados.

Fontes de células estaminais humanas

Muitos cientistas consideram que as células estaminais embrionárias são ideais para tratar doenças uma vez que se multiplicam consideravelmente e se podem diferenciar em todas as células e tecidos do organismo.
Para evitar as barreiras éticas e políticas que cercam as células estaminais retiradas dos embriões, os cientistas estão à procura de fontes alternativas.
Medula óssea de adultos

Uma fonte promissora de células estaminais poderia ser a medula óssea de um adulto. As células estaminais da medula óssea dos adultos produzem normalmente glóbulos vermelhos e células da medula óssea
Até há pouco tempo, os cientistas pensavam que era impossível a estas células da medula óssea "voltar atrás no tempo" e reinventarem-se a elas próprias para produzirem tipos de células completamente diferentes como, por exemplo, células do cérebro, células nervosas, do intestino ou da pele.
No entanto, nos Estados Unidos os cientistas identificaram, recentemente, uma célula estaminal da medula óssea de adultos que pensam poder desenvolver-se noutro tipo de células. "É algo de extraordinário", afirma o perito em células estaminais Austin Smith do Centre for Genome Research em Edimburgo, Reino Unido.
Não só as células estaminais retiradas de um adulto com o seu consentimento seriam eticamente aceitáveis para a maioria das pessoas e governos, como seriam também melhores para os pacientes. Imagine que padece de uma doença que está a matar as células do cérebro. As células estaminais poderiam ser retiradas da sua medula óssea, seriam manipuladas no laboratório para se tornarem em células cerebrais e voltariam a ser implantadas no seu cérebro - não existindo, assim, uma rejeição imunitária do transplante.
Caso funcione, esta é uma perspectiva muito entusiasmante. Os primeiros resultados parecem promissores, mas os cientistas não tem conhecimento da versatilidade exacta das células estaminais da medula óssea. Estão muito mais confiantes acerca do que as células estaminais dos embriões possam fazer.
Finalmente, tipos diferentes de células estaminais poderiam resultar mais eficazmente em tratamentos de doenças diferentes, por isso, a maioria dos cientistas optaria por continuar a investigação de ambos os tipos compatíveis com familiares do bebé - irmãos e irmãs, pais e avós.


Células extraordinárias com propriedades ÚNICAS

As células estaminais são as células responsáveis por originar as células adultas que constituem os tecidos e órgãos do nosso corpo.

Sem células estaminais o organismo não teria capacidade de se desenvolver nem de regenerar os seus tecidos quando outras células vão morrendo ou perdendo a sua função.
Para além de se poderem transformar em diferentes tipos de células (propriedade de diferenciação), as células estaminais têm também a capacidade de se autorenovar e de se dividirem indefinidamente.
As células estaminais podem ser de dois tipos principais: células estaminais embrionárias, isoladas a partir de tecidos embrionários e células estaminais adultas, obtidas após o nascimento.


As células estaminais do sangue do cordão umbilical são embrionárias
O isolamento de células estaminais de tecidos embrionários ou fetais tem sido alvo de discussão, dado levantar questões a nível ético. A personalidade jurídica do embrião/feto é a questão fundamental levantada pelos opositores da utilização de células estaminais embrionárias. Estas questões não se colocam com a utilização de células estaminais do sangue do cordão umbilical (um tecido normalmente descartado após o parto).
No mesmo estudo referente ao tema, as celulas estaminais, contamos com uma entrevista da cientista, margarida vieira, responsável do Departamento de Investigação e Desenvolvimento da Crioestaminal, explica o potencial das células estaminais, que podem curar doenças do próprio e também de familiares. Vem assim esclarece muitas das nossas duvidas referentes ao assunto em analise.
Já ouviu falar em células estaminais? Aquelas que têm possibilidade de se transformar em qualquer célula, logo potencialmente qualquer órgão, do corpo humano? Pois elas não existem apenas nos fetos e recém-nascidos. Estão presentes também nos adultos e têm capacidade para tratar e curar doenças. Saiba mais sobre estas células e aplicações médicas.
Só existem nos fetos e cordão umbilical dos recém-nascidos ou adultos também têm?
Existem diversos tipos de células estaminais, dependendo da fonte de onde são isoladas. Para além das células estaminais embrionárias e fetais, obtidas durante o desenvolvimento embrionário, e das células estaminais isoladas do sangue do cordão umbilical dos recém-nascidos, existem também células estaminais nos indivíduos adultos.
Estas células estaminais adultas podem encontrar-se em diferentes órgãos e tecidos como a medula óssea, a pele, o intestino, entre outros. A existência de células estaminais nestes tecidos deve-se ao facto destes terem um elevado grau de perda celular, requerendo uma substituição constante das suas células.
Qual o potencial de utilização médica destas células?
Até 2007, foram efectuados mais de oito mil transplantes com células estaminais do sangue do cordão umbilical, três mil dos quais em indivíduos adultos. A grande maioria destes transplantes foi efectuado num contexto alogénico, ou seja, sendo o dador uma outra pessoa que não o paciente, a partir de amostras de dadores compatíveis.
No entanto, nos últimos tempos tem crescido consideravelmente o número de transplantes efectuados num contexto autólogo, ou seja, através de um transplante com as células estaminais do sangue do cordão umbilical do próprio indivíduo, que foram criopreservadas na altura do seu nascimento. Os resultados destes transplantes são semelhantes àqueles realizados com células estaminais da medula óssea, sendo que as principais vantagens são a disponibilidade imediata, quando se trata de transplante com amostras de bancos privados, ou a maior facilidade de encontrar um dador compatível, caso se recorra aos bancos públicos.
Embora no presente a aplicação das células estaminais do sangue do cordão umbilical se restrinja fundamentalmente a doenças sanguíneas e cancerígenas, experiências em modelos animais sugerem que, no futuro, a gama de aplicações com estas células poderá alargar-se a outras doenças, como as doenças cardíacas, as doenças neurodegenerativas, a diabetes ou as lesões vasculares.
Pode exemplificar algumas aplicações médicas em que as células já são utilizadas?
As aplicações das células estaminais conhecidas até ao momento dizem respeito a doenças do foro hemato-oncológico, tais como algumas leucemias, linfomas e tumores sólidos e outras doenças, hereditárias ou adquiridas do sistema sanguíneo ou imunitário.
Acredita-se, no entanto, que o leque de aplicações das células estaminais do sangue do cordão umbilical será mais alargado, uma vez que têm sido descritas populações de células no sangue do cordão umbilical que se podem diferenciar não só em células da linhagem sanguínea como noutro tipo de células, tais como células endoteliais, células musculares, adipócitos, hepatócitos entre outras.
Recentemente, a utilização de amostras de sangue do cordão umbilical para uso em doenças não hematológicas tem crescido consideravelmente. No último ano, foram várias as amostras libertadas de bancos privados, a título experimental, nomeadamente para utilização autóloga em crianças com diabetes tipo 1 e paralisia cerebral.
Na área da cardiologia, existem estudos de regeneração do músculo cardíaco em patologias como isquémia e enfarte do miocárdio. Há dados muito promissores nesta área, com resultados muito concretos na recuperação funcional do miocárdio em pessoas transplantadas com células estaminais da medula óssea. No entanto, serão necessários ensaios clínicos para poder alargar a aplicação à população em geral.
Num futuro mais longínquo, pode vir a ser possível o tratamento de doenças como diabetes e doenças neurodegenerativas (Alzheimer e Parkinson). Esta é uma área muito promissora, mas a investigação ainda está numa fase precoce, restringindo-se apenas a estudos em modelos animais.

As células estaminais podem curar doenças ou apenas tratar?
As células estaminais têm capacidade tanto de tratar como de curar dependendo das doenças em causa. No caso das leucemias e linfomas, elas vão substituir as células sanguíneas cancerígenas que são destruídas por tratamentos de quimioterapia, fornecendo de facto uma cura. Isto também ocorre em casos de deficiências imunitárias em que o sistema defensivo do organismo é reposto pelas células transplantadas.
Em alguns casos, no entanto, as células estaminais apenas fornecem um tratamento que permite melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes e a sintomatologia, mas em que a causa da doença não se consegue eliminar.

No caso de necessidade de transplante, é possível criar um determinado órgão a partir das células estaminais?
Apesar do elevado potencial das células estaminais, nomeadamente das células mesenquimais, do sangue do cordão umbilical na área da engenharia de tecidos e do grande crescimento da investigação nesta área, ainda é cedo para se falar em criação de órgãos para transplante terapêutico. Existem diversos estudos promissores, mas estão ainda numa fase muito precoce.
Há quanto tempo são utilizadas células estaminais para tratar problemas de saúde?
O primeiro transplante de células estaminais do sangue do cordão umbilical foi realizado em 1988 numa criança com anemia de Fanconi, a qual recebeu uma amostra compatível de sangue do cordão umbilical de um familiar, anteriormente criopreservada. Desde então tem crescido o número de transplantes de células estaminais para tratar diversas patologias.

As células estaminais retiradas de um determinado indivíduo só são compatíveis com esse indivíduo?
Não, a compatibilidade de uma amostra é de 100% para o próprio indivíduo, mas existe 25% de probabilidade de uma amostra ser 100% compatível com um irmão directo, ou seja num em cada quatro casos existe compatibilidade total entre irmãos. A probabilidade de existir compatibilidade vai depois diminuindo à medida que diminui o grau de parentesco entre o dador e o paciente.
Será necessário fazer um teste de compatibilidade HLA (antigénios de leucócitos humanos) entre o dador (criança de cujo cordão umbilical foram criopreservadas as células estaminais) e o doente para testar essa compatibilidade. Neste teste são analisados seis parâmetros, e pelo menos quatro ou cinco devem ser compatíveis. Caso contrário, existe um risco de haver rejeição quando as células forem transplantadas para o doente. Isto significa que, mesmo não havendo compatibilidade total, em determinados casos é possível, num contexto alogénico (ou heterólogo), realizar-se o transplante das células estaminais.

A criopreservação de células estaminais do cordão umbilical está em amplo crescimento. Quais as vantagens para os pais e filhos?
O crescente interesse no potencial das células estaminais do sangue do cordão umbilical e a importância cada vez maior deste tipo de transplantes levou ao aparecimento de vários bancos de sangue do cordão umbilical, públicos e privados, que se dedicam ao processamento e criopreservação das células estaminais do sangue do cordão umbilical.
A criopreservação das células estaminais do sangue do cordão umbilical é, actualmente, uma tecnologia bem estabelecida que tem por objectivo a sua eventual utilização no tratamento de diversas doenças ao longo da vida da própria pessoa e também dos seus familiares. Nos últimos anos, o transplante de células estaminais do sangue do cordão umbilical tem-se revelado uma alternativa real aos transplantes de medula óssea, sendo utilizadas no tratamento de dezenas de doenças, sobretudo na área da hemato-oncologia.
A recolha das células estaminais do sangue do cordão umbilical, normalmente descartado durante o parto, poderá constituir para o dador um seguro biológico. Actualmente, a probabilidade de uma família sem um risco definido vir a necessitar de utilizar o sangue do cordão umbilical criopreservado é pequena, mas real. As amostras de células estaminais criopreservadas em bancos privados têm sido utilizadas maioritariamente em transplantes alogénicos, entre irmãos.
No entanto, o número de casos de aplicação autóloga do sangue do cordão umbilical tem vindo a aumentar, os dados mais recentes apontam para mais de 28 casos em que tal procedimento foi necessário. Só em 2007, a empresa norte-americana Cord Blood Registry registou 11 transplantes autólogos efectuados com amostras criopreservadas neste banco privado.
Assim, ao criopreservar as células estaminais do sangue do cordão umbilical do seu filho, os pais estarão a guardar um recurso terapêutico que estará diponivel no caso de ser necessário e que de outra forma não seria aproveitado, sendo descartado à nascença.

Como devem proceder os pais interessados em preservar as células estaminais dos filhos que vão nascer? E quais os custos?
Os pais interessados em usufruir do serviço de criopreservação de células estaminais do sangue do cordão umbilical da Crioestaminal devem adquirir um kit Crioestaminal (Criokit) que contém todo o material necessário para a recolha do sangue do cordão umbilical e seu acondicionamento. Este Criokit pode ser adquirido nas instalações da Crioestaminal (em Cantanhede), por telefone, pela Internet ou numa farmácia. É aconselhável efectuar a aquisição do Criokit com uma antecedência mínima de pelo menos um mês antes da data prevista para o parto, de preferência dois meses antes, para poderem ler com atenção todas as indicações que são enviadas com o kit. O kit de recolha é levado para a maternidade, para que a recolha do sangue do cordão umbilical possa ser feita pela equipa de parto, imediatamente após o nascimento da criança. A recolha é totalmente indolor e não apresenta qualquer risco para a mãe ou para o recém-nascido. Depois de recolhido, o sangue é levado por uma equipa especializada para os laboratórios da Crioestaminal onde o isolamento das células estaminais e a sua criopreservação durante 20 anos são feitos seguindo os mais elevados padrões de qualidade e respeitando todas as exigências legais, o que garante um rigoroso controlo de todos os processos. O custo de adesão ao serviço da Crioestaminal, que inclui o valor do kit, é de 115 euros. A criopreservação propriamente dita custa 1085 euros.

Durante quanto tempo podem ser criopreservadas estas células?
Os dados de que dispomos actualmente referem um período de pelo menos cerca de 20 anos, durante o qual as células estaminais do sangue do cordão umbilical se mantêm viáveis. No entanto, à semelhança do que acontece com outro tipo de células, é provável que estas também se possam manter viáveis por mais de 20 anos, podendo ser criopreservados por períodos superiores.
Em termos éticos, existe alguma condicionante que balize a manipulação de células estaminais?
Não existe qualquer problema ético quanto às células estaminais do cordão umbilical e às células estaminais adultas que podem ser obtidas da medula óssea e de outros tecidos de um indivíduo. Os problemas éticos só surgem quando se fala em células estaminais embrionárias, que são células obtidas a partir do embrião e que por isso levantam questões éticas.

Que desenvolvimentos científicos deverão ocorrer nos proximos tempos envolvendo células estaminais?
Pelas suas características, o sangue do cordão umbilical constitui uma fonte promissora para terapia celular. Para além de possuir células estaminais hematopoiéticas, o sangue do cordão umbilical contém, tal como a medula óssea, células estaminais mesenquimais com a capacidade de diferenciação em outras linhagens celulares tais como células ósseas ou células adiposas.
No sangue do cordão umbilical, existem também células progenitoras endoteliais, as quais se podem diferenciar em células dos vasos sanguíneos e ainda células pluripotentes, as chamadas células estaminais somáticas não-restritas (USSCs) que têm a capacidade de se diferenciar em vários tipos de células, incluindo células neuronais, células ósseas, células sanguíneas, hepatócitos e células cardíacas.
Os resultados experimentais para tratamento de doenças fora do contexto hemato-oncológico obtidos em modelos animais parecem promissores, tal como os resultados dos ensaios iniciais em pacientes humanos. Recentemente, a utilização de amostras de sangue do cordão umbilical para uso em doenças não hematológicas tem crescido consideravelmente.
No último ano, foram várias as amostras libertadas de bancos privados, a título experimental, nomeadamente para utilização autóloga em crianças com diabetes tipo 1 e paralisia cerebral. Os ensaios clínicos são processos que se destinam a comprovar não só a eficácia de uma terapia nos seres humanos, como também a segurança da mesma. Estes ensaios envolvem fases distintas podendo durar anos.
Daí que, apesar de alguns destes ensaios já estarem a decorrer há alguns anos, ainda não existam resultados publicados para muitos deles. A terapia genética com células estaminais poderá alargar ainda mais a aplicabilidade do sangue do cordão umbilical a outro tipo de doenças, tais como, as doenças metabólicas hereditárias. Este tipo de abordagem, com células estaminais do sangue do cordão umbilical, foi utilizado em regime autólogo com sucesso em crianças com deficiência imunitária da adenosina desaminase (ADA).
As crianças, recebendo tratamento farmacológico adicional, mantêm-se saudáveis, apesar do seu sangue conter apenas uma pequena fracção de células com o gene normal. A importância do sangue do cordão umbilical poderá estender-se, no futuro, ao tratamento de outras condições, que até aqui não beneficiavam de terapia celular.

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