terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Reprodução dos sapos
O sapo reproduz-se nos meses mais quentes desde Outubro até Março. Durante este período, os machos chamam as fêmeas enquanto flutuam na água. Em média, 5000 ovos são depositados na vegetação aquática, numa massa gelatinosa. O tamanho máximo de uma destas massas alguma vez observado é de 11.682 ovos. Inicialmente, a massas flutuam, mas afundam-se passadas, no máximo, 12 horas depois de serem depositadas, ou quando a água é agitada. Dois a três dias depois, os girinos nascem e irão sofrer metamorfose passados 2 a 11 meses, dependendo da temperatura da água e da disponibilidade de alimento. A reprodução ocorre em significativamente mais locais onde não se encontram peixes predadores, e em massas de água temporárias ao invés de permanentes. Pode-se então concluir que, no caso dos sapos, ocorre fecundação externa, quando os espermatozóides soa libertados na água, onde se encontram os óvulos a flutuar.
Agora temos uma galeria de imagens que ilustram alguns dos passos deste tipo de reprodução:
Nesta imagem é possível ver a postura de acasalamento dos sapos, assim como se pode ver que o número de ovos libertados realmente é grande.
Mais uma vez, dois sapos a acasalarem, desta vez num charco lamacento, um dos ambientes preferidos pelos sapos para libertarem os ovos.
Ovos a flutuar na água e, visto que ainda se encontram na superfície, foram libertados à, pelo menos 12 horas.
Reprodução da Medusa
Neste texto vamos falar duma das espécies de cnidários mais conhecida: a medusa.
Algumas espécies de cnidários passam por várias fases e metamorfoses durante o seu ciclo de vida. As medusas têm sexos separados e do ovo liberta-se uma larva chamada plânula pelágica de forma oval e completamente ciliada que, em algumas espécies, se desenvolve como uma nova medusa. Em outras, a plânula, quando encontra um substrato apropriado, fixa-se e se transforma num pólipo.
Durante a reprodução sexual, as medusas libertam os produtos sexuais (óvulos e espermatozóides) na água, onde se dá a fertilização.
Neste esquema temos bem representada a reprodução sexuada da medusa, assim como a parte da reprodução assexuada:
Baleia Cachalote
NOME POPULAR: Baleia-cachalote
NOME CIENTÍFICO: Physeter macrocephalus
TAMANHO: 14 a 20 metros de comprimento
PESO: 30 toneladas
A baleia-cachalote é facilmente reconhecível pela forma quadrada de sua cabeça, que corresponde a 40% de seu corpo. Na parte superior frontal da cabeça localiza-se o órgão que produz o espermacete, uma substância oleosa cuja densidade pode variar do líquido ao sólido e que serve para controlar a estabilidade em mergulhos profundos e garantir a sua flutuabilidade. Os seus mergulhos podem chegar até 2.000 metros de profundidade, podendo ficar submersa 1 hora. Possui uma coloração escura uniforme, que vai do cinza ao marrom, com pele enrugada, principalmente na parte posterior do corpo. Um dos seus inimigos naturais são as orcas.
Alimenta-se principalmente de polvos e lulas-gigantes, que vivem em águas profundas, além de raias, tubarões, peixes e crustáceos. Quando observada de perto com atenção pode-se notar na sua pele marcas de ventosas deixadas pelas suas vítimas. Também se alimentam de atum, tudo isso digerido facilmente pela sua mandíbula que possui cerca de cinquenta dentes. Na época de acasalamento, o macho reúne várias fémeas.
Pode ser encontrada em todos os oceanos, entre 60º N e 70º S. No entanto, só os machos percorrem grandes distâncias para chegarem aos extremos do globo.
O período de gestação é aproximadamente de 11 onze meses, com o nascimento de apenas 1 filhote, com cerca de 4 m e pesando 1 tonelada.
Reprodução:
Assim como nos outros mamíferos, a reprodução da baleia cachalote é feita através de fecundação interna, quando o macho ejacula para o interior da fêmea. Este é um resumo rápido de todo o processo de reprodução das baleias:
Na maioria das baleias a maturidade reprodutiva ocorre tarde. Tipicamente dos sete aos dez anos. Esta estratégia de reprodução faz com que elas tenham poucas crias, combinada com uma alta taxa de sobrevivência.
Os órgãos genitais estão retraídos em cavidades no corpo da baleia, enquanto esta nada. A maioria das baleias não mantém parceiros fixos durante o período de acasalamento; em muitas das espécies (incluindo a espécie de que estamos a falar), as fêmeas têm vários companheiros em cada temporada de acasalamento. As mães criam o filho espremendo activamente o seu leite gordo na boca das crias. Durante a ejaculação, pode haver despejo de sémen no mar, o que é bastante normal em períodos de reprodução.
Há registos de baleias que se reproduzem de forma semelhante às dos peixes, embora a grande maioria não o faça. A reprodução entre as baleias é rápida. O macho leva cerca de 20 à 30 minutos para ejacular na fêmea (que deve estar em período de cio).
Briófitas
Aula de biologia_ briófitas
Refrão:
Sou um musgo sim
Sou um musgo sim
E vou crescendo, briófita verdinha aparecendo (2x)
É criptogama quem diz isso não mente, pois não apresenta flor nem semente. E depende da água será então, pois vai precisar de água quando houver reprodução.
Refrão (2x)
É vegetal, maioria é terrestre, o lugar tem que ser húmido, senão ele não cresce. O corpo é simples, é avascularizado, corre seiva por osmose seu tamanho é limitado.
Refrão (2x)
O gametófito adulto duradouro, apresenta gametângios e de lá vêm os gâmetas. O anterídio, produzindo anterozóides, arquegónio oosfera, todos eles são haplóides.
Refrão (2x)
P’ra fecundar
No meio d’água o roidinho vai rodando, dor arquegónio aproximando, tá lá forra a oosfera.
Fecundação o zigoto é originado por mitoses sucessivas o espórofito é formado.
Refrão (2x)
P’ra acabar
É o espórofito que é muito dependente, no esporângio, por meiose vai esporos produzindo.
E cada esporo que no solo é lançado origina gametófito.
É o ciclo continuado.
Refrão (2x)
Ciclo de vida das Briófitas
Briófitas também chamadas telófitas são plantas de pequeno porte pois não possuem sistema condutor, xilema e fluema. São consideradas briófitas musgos, antociros e empáticos. Vivem em ambientes húmidos pois necessitam de água para se reproduzir.
As briófitas apresentam alternância de gerações, isso quer dizer apresentam estruturas (gametófito e espórofito) com diferentes cargas cromossómicas. O gametófito é ramificado, haplóide, fotossintetizante e duradouro, já o espórofito não é ramificado, é efémero (de curta duração), diplóide e dependente do gametófito. O espórofito diplóide origina após a ocorrência de meiose um tecido esporângio esporos haplóide. Esses por sua vez ao serem libertados das cápsulas e encontrarem o substrato adequado germinam originando novos gametófitos.
Os gametófitos desenvolvem-se através da mitose e originam duas estruturas de onde surgiram os gâmetas arquegónio e anterídio. Arquegónio dará origem ao gâmeta feminino e o anterídio ao gâmeta masculino, ambos através da mitose. O gâmeta masculino é pequeno e móvel, enquanto o feminino é grande e fixo. Esse tipo de diferença entre os gâmetas é chamado orgamia.
Após a fecundação onde ocorre a fusão dos gâmetas e do material genético, há formação do zigoto diplóide, esse zigoto irá assim desenvolver dando origem a uma estrutura diplóide, o espórofito. Fechando assim o ciclo.
Fonte:
http://www.youtube.com/watch?v=JrjUGOR2HTM
http://www.youtube.com/watch?v=93TPAt6uMlo
Mutações
Mutações são mudanças na sequência dos nucleotídeos do material genético de um organismo. Mutações podem ser causadas por erros de copia do material durante a divisão celular, por exposição a radiação ultravioleta ou ionizante, mutagênicos químicos, ou vírus. A célula pode também causar mutações deliberadamente durante processos conhecidos como hipermutação. Em organismos multicelulares, as mutações podem ser divididas entre mutação de linhagem germinativa, que pode ser passada aos descendentes, e mutações somáticas, que não são transmitidas aos descendentes em animais. Em alguns casos, plantas podem transmitir mutações somáticas aos seus descendentes, de forma assexuada ou sexuada (em casos em que as gemas de flores se desenvolvam numa parte que sofreu mutação somática. Assim, essa classificação é pouco eficiente para plantas, se ajustando melhor a animais. Uma nova mutação que não foi herdada de nenhum dos pais é chamada de mutação de novo. A fonte da mutação não se relaciona com seus efeitos, apesar de seus efeitos estarem relacionados com quais células são afetadas pela mutação.
Mutações geram variações no conjunto de genes da população. Mutações desfavoráveis (ou deletérias) podem ter sua frequência reduzida na população por meio da seleção natural, enquanto mutações favoráveis (benéficas ou vantajosas) podem se acumular, resultando em mudanças evolutivas adaptativas. Por exemplo, uma borboleta pode produzir uma prole com novas mutações. A maioria dessas mutações não terá efeito. No entanto, uma delas pode mudar a cor dos descendentes desse indivíduo, tornando-os mais difíceis (ou fáceis) de serem vistos por predadores. Se essa mudança de cor for vantajosa, a chance dessa borboleta sobreviver e produzir sua própria prole será um pouco maior, e com o tempo o número de borboletas com essa mutação constituir formar uma maior proporção da população.
Mutações neutras são definidas como mutações cujos efeitos não influenciam a aptidão dos indivíduos. Essas mutações podem se acumular ao longo do tempo devido à deriva genética. Acredita-se que a imensa maioria das mutações não tem efeito significativo na aptidão dos organismos. Além disso, mecanismos de reparo de DNA são capazes de corrigir a maior parte das mudanças antes que elas se tornem mutações permanentes, e muitos organismos têm mecanismos para eliminar células somáticas que sofreram mutações.
As mutações são consideradas o mecanismo que permite a ação da seleção natural, já que insere a variação genética sobre a qual ela irá agir, fornecendo as novas características vantajosas que sobrevivem e se multiplicam nas gerações subsequentes ou as características deletérias que desaparecem em organismos mais fracos
• Por efeito na estrutura
A sequência de um gene pode ser alterada de diversas maneiras. Mutações genéticas têm diferentes efeitos na saúde, dependendo de onde ocorrem e se alteram a função de proteínas essenciais. Estruturalmente, mutações podem ser classificadas em:
Mutações de pequena escala, como aquelas que afetam um pequeno gene em um ou poucos nucleotídeos, incluindo:
Mutação pontual: geralmente causada por substâncias mutagênicas ou erros na replicação do DNA, há a troca de um único nucleotídeo por outro. A mais comum, conhecida por transição, ocorre quando há a troca de uma purina por outra purina (A ↔ G) ou uma pirimidina por outra pirimidina (C ↔ T). Transições podem ser causadas por Ácido Nítrico, erro de pareamento entre as bases, ou mutagênicos análogos, como 5-bromo-2-desoxiuridina (BrdU). Um tipo de mutação pontual menos comum é a transversão, em que há a troca de uma purina por uma pirimidina, ou vice-versa (C/T ↔ A/G). Uma mutação pontual pode ser revertida por outra mutação pontual em que o nucleotídeo é mudado de volta ao seu estado original (reversão versadeira) ou por ou por uma reversão a partir de outra mutação (uma mutação complementar em outro local que resulta no retorno do gene à função anterior).
Mutações pontuais que ocorrem dentro da região codificadora da proteína podem ser classificadas em três tipos, dependendo do tipo de expressão apresentado pelo codon mutado:
Mutação silenciosa: O códon codifica para o mesmo aminoácido.
Missense mutations: Codifica para um aminoácido diferente
Mutação sem sentido: Codifica para um códon de parada, que interrompe a proteína antes de seu término.
Inserção: ocorre pela adição de um ou mais nucleotídeos na sequência de DNA. Geralmente, esse tipo de mutação é causado por transposons ou erros dutante a replicação de elementos repetitivos (sequências AT, por exemplo). Insersões na região codificadora de um gene podem alterar o corte (splicing) do mRNA, ou causar mudança no quadro de leitura dos códons. Ambas alterações podem laterar significativamente o produto gênico.
Deleção: Há a remoção de um ou mais nucleotídeos da sequência de DNA. Assim como insersões, essas mutações podem modificar o quadro de leitura do gene. Geralmente elas são irreversíveis; apesar de teoricamente a mesma sequência poder ser restaurada por inserção, elementos de transposição capazes de reverter uma deleção muito curta (com uma ou duas bases) em um dado local são muito improváveis ou mesmo inexistentes. É importante notar que uma deleção não é o oposto exato de uma inserção. Enquanto deleções são aleatórias, inserções consistem de uma sequência específica sendo inserida em locais que não são completamente aleatórios.
Mutações de grande escala da estrutura do cromossomo, incluindo
Amplificação (ou duplicação gênica): Criação de várias cópias de uma região cromossômica, aumentando a dosagem dos gênes dentro dela.
Deleção de regiões cromossômicas, levando à perda dos genes presentes nessas regiões.
Mutações cujo efeito é unir partes do DNA anteriorment separadas, potencialmente unindo genes de tal forma que surjam genes fundidos funcionalmente distintos. (por exemplo, bcr-abl). Esse tipo de mutação inclui:
Translocação cromossômica: ocorre a troca de porções de cadeias de DNA entre cromossomos não homólogos.
Deleção do interstício: Há a deleção de um segmento de DNA de um cromossomo, agrupando, assim, genes anteriormente distantes.Por exempo, células isoladas de um astrocitoma, um tipo de tumor cerebral, têm uma deleção cromossômica que remove as sequências entre entre os genes "fundido em glioblastoma" (fig) e "receptor da tirosina kinase" (ros). O resultado da união entre esses genes é uma proteína de fusão, denominada FIG-ROS. Essa proteína tem uma atividade de kinase que causa transformação oncogênica (a transformação de células normais en cancerígenas)
Inversão cromossômica: Ocorre a inversão da orientação de um segmento do cromossomo.
Perda de heterozigozidade: Há a perda de um alelo, por deleção ou recombinaçãoloss, num organismo que originalmente possuia dois alelos.
Por efeito na função
Mutações de perda de função: são aquelas que resultam num produto gênico que tem menos ou nenhuma função, em comparação ao gene não mutado. Quando o alelo perde completamente a função, (alelo nulo), denomina-se uma mutação amórfica. Fenótipos associados a essas mutações geralmente são recessivos, exceto quando o organismo é haplóide, ou quando a dosagem reduzida do gene normal não é suficiente para produzir um fenótipo normal (este fenômeno é denominado haploinsuficiência).
Mutações de ganho de função: mudam o produto gênico de forma que este ganhe uma nova função. Essas mutações geralmente tem fenótipos dominantes. Esse tipo de mutação pode ser denominado neo-mórfica.
Mutações negativas dominantes (também conhecidas por mutações neo-mórficas): Há a produção de um produto gênico alterado que age de forma antagônica ao alelo selvagem. Essas mutações levam a uma ação molecular alterada (geralmente inativa) e são caracterizadas por um fenótipo dominante ou com dominância incompleta. Em humanos, a sínrome de Marfan é um exemplo desse tipo de mutação ocorrendo de forma dominante. Nessa doença, a glicoproteína produzida pelo alelo mutante é antagônica ao produto do alelo normal.
Mutações letais: são mutações que levam à morte do organismo que a possui.
Por aspecto do fenótipo afetado
Mutação morfológica: geralmente afeta a aparência externa de um organismo. Mutações deste tipo podem mudar a altura de uma planta, ou modificar suas sementes de lisa para rugosa.
Mutação bioquímica: resulta em quebras nas rotas bioquímicas de transformação enzimática. Frequentemente, mutantes morfológicos são o resultado direto de moficações em rotas enzimáticas.
Pela herança
A grande maioria dos organismos eucarióticos, incluindo o ser humano, contém duas cópias de cada gene em seu genoma - um de origem paterna e outro materna. As mutações podem ser então classificadas quanto à forma como são herdadas nesse sistema diplóide:
Selvagem ou Homozigoto não mutado: ocorre quando nenhum dos alelos está mutado.
Mutação em heterozigoze: quando apenas um dos alelos está mutado.
Mutação em homozigoze: ocorre quando tanto o alelo parental como o maternal têm uma mutação idêntica.
Mutação em heterozigoze composta: quando os alelos materno e paterno apresentam mutações diferente
Classe especial
Mutação Condicional é uma mutação que tem fenótipo tipo selvagem (ou menos severo) sob certas condições ambientais "permissivas" e uma fenótipo mutante sob certas condições "restritivas". Por exemplo, a mutação sensível a temperatura pode causar morte celular em altas temperatura (condição restritiva), mas pode ter nenhuma conseqüência deletéria em baixas temperaturas (efeito permissivo).
Causas da mutação
Quanto às causas, as mutações podem ser classificadas em dois tipos principais, as mutações espontâneas e as induzidas por agêntes mutagênicos.
Mutações espontâneas a nível molecular incluem:
Tautomerismo - Uma base é modificada pelo reposicionamento de um átomo de hidrogênio.
Depurinação - Perda de uma base puríca (A ou G).
Desaminação - Mudança de uma base normal para uma atípica; C → U, (que pode ser corrigida por mecanismos de reparo do DNA), ou desaminação espontênea da 5-methilcitosina (irreparável), ou ainda A → HX (hipoxantina).
Transição- Uma purina se transforma em outra purina (A ↔ G), ou uma pirimidina se transforma em outra pirimidina(C ↔ T).
Mutações induzidas a nível molecular podem ser causadas por:
Mutagênicos químicos
Guanidina nitrosa (NTG)
Hidroxilamina NH2OH
Bases análogas (por exemplo, BrdU)
Substâncias simples (por exemplo, ácidos)
Agentes alquilantes (por exemplo N-etil-N-nitrosoureia (ENU)) Estes agentes podem causar a mutação tanto de DNA em replicação como em DNA não-replicante. Entretanto, um análogo de base nitrogenada pode somente mutar o DNA quando este análogo é incorporado durante a replicação do DNA. Cada uma das classes de mutagênicos químicos têm efeitos que podem levar a transições, transversões ou deleções.
Agentes metilantes (por exemplo, etil-metanossulfonato (EMS))
Hidrocarbonetos policíclicos (por exemplo, benzopirenos encontrados na fumaça de motores de combustão)
Agentes intercalantes de DNA (por exemplo, Brometo de etídio)
DNA crosslinker (e.g. platina)
Dano oxidativo causado por espécies reativas de oxigênio
Radiação
Radiação Ultravioleta (não ionizante) excita eletróns a um nível de energia mais elevado. As moléculas de DNA são bons absorvedores de luz ultravioleta, especialmente aquela com comprimento de onda entre 260 e 280 nm. As bases nitrogenadas citosina e timina (A e T), são mais vulneráveis a essas excitações, que podem modificar as propriedades de pareamento de bases. A luz UV pode induzir que bases timinas adjacentes numa sequência de DNA pareiem-se entre si, formando um dímero pesado.
Radiação ionizante
O DNA possui os chamados "hotspots", locais em que as mutações ocorrem a uma taxa até 100 vezes superior ao normal. Um "hotspot" pode ocorrer em uma base não usual, como por exemplo numa 5-metilcitosina.
As taxas de mutação também dependem da espécie do organismo. Os biólogos evolucionistas propõem teorias em que taxas de mutação aumentadas seriam benéficas em algumas situações, por permitirem uma evolução mais rápida e, consequentemente, uma adaptação acelerada a novos ambientes. Por exemplo, a exposição repetida de bactérias a antibióticos, e a seleção dos mutantes resistentes, pode resultar na seleção de bactérias que possuam um grande aumento das taxas de mutação, em comparação com a população original.
Nomenclatura
A nomenclatura de mutações especifica o tipo de mutação e as mudanças de base ou de aminoácidos.
Substituição de aminoácido - (por exemplo, D111E) A primeira letra representa o código do aminoácido presente no tipo selvagem, o número é a posição N-terminal do aminoácido, e a segunda letra representa o aminoácido presente na proteína mutada. Se a segunda letra for "X", qualquer aminoácido pode substituir o tipo selvagem.
Deleção de aminoácido - (por exemplo, ΔF508) A letra grega Δ (delta) indica uma deleção. A letra se refere ao aminoácido presente no tipo selvagem e o número é a posição N-terminal que seria ocupada pelo aminoácido perdido.
Tipos de mutações
Mutação regressiva é uma mudança num par de nucleotídeos numa sequência de DNA que restaura a sequência original depois de uma mutação pontual e por consequência restaurando o fenótipo original.
Uma mutação por mudança da matriz de leitura é uma mutação causada por indels (palavra formada pela fusão de inserção + deleção) de um número de nucleotídeos diferente de três e seus múltiplos (ex.: 1, 2, 4, 5, 7, etc...) em uma determinada seqüência de DNA. Devido à fundamentação da expressão gênica ser baseada em um triplete natural de nucleotídeos (codon), a inserção ou deleção pode perturbar a matriz de leitura, isto é, um único nucleotídeo alterado modifica toda seqüência de codons a partir da mutação resultando em um produto gênico completamente diferente do original. Quanto mais inicial for a inserção ou deleção, mais alterado vai ser o produto gênico.
Mutações não-sinónimas são tipos de mutações pontuais onde um único nucleotídeo é mudado provocando uma substituição de um aminoácido. Isto por sua vez pode fazer com que a proteína resultante se torne não-funcional. Tais mutações são responsáveis por doenças como anemia falciforme e esclerose lateral amiotrófica mediada pela superóxido dismutase(Boillée 2006).
Uma mutação neutral é aquela que ocorre num codão e que resulta no uso de um aminoácido diferente, mas quimicamente semelhante. É semelhante a uma mutação silenciosa, onde uma mutação no codão codifica o mesmo amino-ácido (veja a Hipótese de Wobble); por exemplo, uma mudança de AUU para AUC codifica à mesma leucina, por isso não ocorre nenhuma mudança discernível (uma mutação silenciosa).
Uma mutação sem sentido ou nonsense é uma mutação com mudança da cadeia numa sequência de DNA que resulta num codão stop prematuro, ou num codão nonsense no mRNA transcrito, possivelmente um truncamento e muitas vezes uma proteína não-funcional.
Um a mutação pontual, ou substituição, é um tipo de mutação que causa a substituição de um único nucleotídeo por outro nucleotídeo. Muitas vezes o termo mutação pontual também inclui inserções ou deleções de um único par de bases (o que tem mais efeitos adversos na sintetização de proteínas porque os nucleotídeos continuam a ser lidos em tripletos, mas em molduras diferentes - chamada de mutação "frameshift".
Mutações silenciosas são mutações do DNA que não resultam numa mudança da sequência de aminoácidos de uma proteína. Elas podem ocorrer numa região não-codificante (fora de um gene ou dentro de um intrão), ou podem ocorrer dentro de um exão de maneira a não alterar a sequência amino-acídica final. O termo mutação silenciosa é muitas vezes usado como sendo equivalente a mutação sinónima; no entanto, mutações sinónimas são uma subcategoria do primeiro, ocorrendo apenas dentro dos exões.
Mutações maléficas
Mudanças no DNA causadas por mutações podem causar erros na sequência das proteínas, criando proteínas partial ou completamente não-funcionais. Para funcionar correctamente, cada célula depende de milhares de proteínas para funcionar nos sítios certos nas alturas certas. Quando uma mutação altera uma proteína que tem um papel importante no corpo, pode resultar numa doença. Uma enfermidade causada por mutações em um ou mais genes é chamado de doença genética. Contudo, apenas uma pequena percentagem de mutações causa doenças genéticas; a maioria não tem impacto na saúde. Por exemplo, algumas mutações alteram a sequência de bases de DNA de um gene mas não mudam a função da proteína produzida por esse gene. Estudos na mosca da fruta Drosophila melanogaster sugerem que se uma mutação muda de facto uma proteína, esta mudança será provavelmente maléfica, com 70 por cento destas mutações tendo efeitos negativos e sendo as restantes neutras ou fracamente benéficas.
Se uma mutação estiver presente numa célula germinal, pode dar origem a descendentes portadores dessa mutação em todas as suas células. Este é o caso de doenças hereditárias. Por outro lado, uma mutação pode ocorrer numa célula somática de um organismo. Algumas mutações podem estar presentes em todos os descendentes desta célula e certas mutações podem provocar que a célula se torne maligna, e consequentemente cause cancro
Muitas vezes, mutações génicas que poderiam provocar uma doença genética são reparadas pelo sistema celular de reparação do DNA. Cada célula tem um certo número de vias bioquímicas através do qual enzimas reconhecem e reparam erros no DNA. Como o DNA pode ser danificado ou mutado de diversas maneiras, o processo de reparação do DNA é uma maneira importante do corpo se proteger de doenças.
Mutações benéficas
Uma muito pequena percentagem de todas as mutações tem na verdade um efeito positivo. Estas mutações levam a novas versões de proteínas que ajudam o organismo e futuras gerações a adaptar-se melhor a mudanças no seu ambiente. Por exemplo, uma deleção específica de 32 pares de base no CCR5 humano confere resistência ao HIV a homozigóticos e atrasa o despoletar do SIDA em heterozigóticos. A mutação CCR5 é mais comum em pessoas com ascendência europeia. Uma teoria para a etiologia da relativa alta frequência do CCR5-Δ32 na população europeia é que esta confere resistência à peste bubónica que flagelou a Europa em meados do Século XIV. Pessoas que tinham esta mutação foram capazes de sobreviver à infecção; por isso, a sua frequência na população aumentou. Isso pode também explicar porque esta mutação não se encontra em África, que não foi afectada pela peste bubónica. Uma teoria mais recente diz que pressão selectiva na mutação CCR5 Delta 32 foi causada pela varíola em vez da peste bubónica.
Outros genes influenciam o desenvolvimento do corpo. Por exemplo, alelos diferentes na via da miostatina influenciam a força de uma pessoa, uma vez que estes genes controlam o desenvolvimento muscular.
Mutações geram variações no conjunto de genes da população. Mutações desfavoráveis (ou deletérias) podem ter sua frequência reduzida na população por meio da seleção natural, enquanto mutações favoráveis (benéficas ou vantajosas) podem se acumular, resultando em mudanças evolutivas adaptativas. Por exemplo, uma borboleta pode produzir uma prole com novas mutações. A maioria dessas mutações não terá efeito. No entanto, uma delas pode mudar a cor dos descendentes desse indivíduo, tornando-os mais difíceis (ou fáceis) de serem vistos por predadores. Se essa mudança de cor for vantajosa, a chance dessa borboleta sobreviver e produzir sua própria prole será um pouco maior, e com o tempo o número de borboletas com essa mutação constituir formar uma maior proporção da população.
Mutações neutras são definidas como mutações cujos efeitos não influenciam a aptidão dos indivíduos. Essas mutações podem se acumular ao longo do tempo devido à deriva genética. Acredita-se que a imensa maioria das mutações não tem efeito significativo na aptidão dos organismos. Além disso, mecanismos de reparo de DNA são capazes de corrigir a maior parte das mudanças antes que elas se tornem mutações permanentes, e muitos organismos têm mecanismos para eliminar células somáticas que sofreram mutações.
As mutações são consideradas o mecanismo que permite a ação da seleção natural, já que insere a variação genética sobre a qual ela irá agir, fornecendo as novas características vantajosas que sobrevivem e se multiplicam nas gerações subsequentes ou as características deletérias que desaparecem em organismos mais fracos
• Por efeito na estrutura
A sequência de um gene pode ser alterada de diversas maneiras. Mutações genéticas têm diferentes efeitos na saúde, dependendo de onde ocorrem e se alteram a função de proteínas essenciais. Estruturalmente, mutações podem ser classificadas em:
Mutações de pequena escala, como aquelas que afetam um pequeno gene em um ou poucos nucleotídeos, incluindo:
Mutação pontual: geralmente causada por substâncias mutagênicas ou erros na replicação do DNA, há a troca de um único nucleotídeo por outro. A mais comum, conhecida por transição, ocorre quando há a troca de uma purina por outra purina (A ↔ G) ou uma pirimidina por outra pirimidina (C ↔ T). Transições podem ser causadas por Ácido Nítrico, erro de pareamento entre as bases, ou mutagênicos análogos, como 5-bromo-2-desoxiuridina (BrdU). Um tipo de mutação pontual menos comum é a transversão, em que há a troca de uma purina por uma pirimidina, ou vice-versa (C/T ↔ A/G). Uma mutação pontual pode ser revertida por outra mutação pontual em que o nucleotídeo é mudado de volta ao seu estado original (reversão versadeira) ou por ou por uma reversão a partir de outra mutação (uma mutação complementar em outro local que resulta no retorno do gene à função anterior).
Mutações pontuais que ocorrem dentro da região codificadora da proteína podem ser classificadas em três tipos, dependendo do tipo de expressão apresentado pelo codon mutado:
Mutação silenciosa: O códon codifica para o mesmo aminoácido.
Missense mutations: Codifica para um aminoácido diferente
Mutação sem sentido: Codifica para um códon de parada, que interrompe a proteína antes de seu término.
Inserção: ocorre pela adição de um ou mais nucleotídeos na sequência de DNA. Geralmente, esse tipo de mutação é causado por transposons ou erros dutante a replicação de elementos repetitivos (sequências AT, por exemplo). Insersões na região codificadora de um gene podem alterar o corte (splicing) do mRNA, ou causar mudança no quadro de leitura dos códons. Ambas alterações podem laterar significativamente o produto gênico.
Deleção: Há a remoção de um ou mais nucleotídeos da sequência de DNA. Assim como insersões, essas mutações podem modificar o quadro de leitura do gene. Geralmente elas são irreversíveis; apesar de teoricamente a mesma sequência poder ser restaurada por inserção, elementos de transposição capazes de reverter uma deleção muito curta (com uma ou duas bases) em um dado local são muito improváveis ou mesmo inexistentes. É importante notar que uma deleção não é o oposto exato de uma inserção. Enquanto deleções são aleatórias, inserções consistem de uma sequência específica sendo inserida em locais que não são completamente aleatórios.
Mutações de grande escala da estrutura do cromossomo, incluindo
Amplificação (ou duplicação gênica): Criação de várias cópias de uma região cromossômica, aumentando a dosagem dos gênes dentro dela.
Deleção de regiões cromossômicas, levando à perda dos genes presentes nessas regiões.
Mutações cujo efeito é unir partes do DNA anteriorment separadas, potencialmente unindo genes de tal forma que surjam genes fundidos funcionalmente distintos. (por exemplo, bcr-abl). Esse tipo de mutação inclui:
Translocação cromossômica: ocorre a troca de porções de cadeias de DNA entre cromossomos não homólogos.
Deleção do interstício: Há a deleção de um segmento de DNA de um cromossomo, agrupando, assim, genes anteriormente distantes.Por exempo, células isoladas de um astrocitoma, um tipo de tumor cerebral, têm uma deleção cromossômica que remove as sequências entre entre os genes "fundido em glioblastoma" (fig) e "receptor da tirosina kinase" (ros). O resultado da união entre esses genes é uma proteína de fusão, denominada FIG-ROS. Essa proteína tem uma atividade de kinase que causa transformação oncogênica (a transformação de células normais en cancerígenas)
Inversão cromossômica: Ocorre a inversão da orientação de um segmento do cromossomo.
Perda de heterozigozidade: Há a perda de um alelo, por deleção ou recombinaçãoloss, num organismo que originalmente possuia dois alelos.
Por efeito na função
Mutações de perda de função: são aquelas que resultam num produto gênico que tem menos ou nenhuma função, em comparação ao gene não mutado. Quando o alelo perde completamente a função, (alelo nulo), denomina-se uma mutação amórfica. Fenótipos associados a essas mutações geralmente são recessivos, exceto quando o organismo é haplóide, ou quando a dosagem reduzida do gene normal não é suficiente para produzir um fenótipo normal (este fenômeno é denominado haploinsuficiência).
Mutações de ganho de função: mudam o produto gênico de forma que este ganhe uma nova função. Essas mutações geralmente tem fenótipos dominantes. Esse tipo de mutação pode ser denominado neo-mórfica.
Mutações negativas dominantes (também conhecidas por mutações neo-mórficas): Há a produção de um produto gênico alterado que age de forma antagônica ao alelo selvagem. Essas mutações levam a uma ação molecular alterada (geralmente inativa) e são caracterizadas por um fenótipo dominante ou com dominância incompleta. Em humanos, a sínrome de Marfan é um exemplo desse tipo de mutação ocorrendo de forma dominante. Nessa doença, a glicoproteína produzida pelo alelo mutante é antagônica ao produto do alelo normal.
Mutações letais: são mutações que levam à morte do organismo que a possui.
Por aspecto do fenótipo afetado
Mutação morfológica: geralmente afeta a aparência externa de um organismo. Mutações deste tipo podem mudar a altura de uma planta, ou modificar suas sementes de lisa para rugosa.
Mutação bioquímica: resulta em quebras nas rotas bioquímicas de transformação enzimática. Frequentemente, mutantes morfológicos são o resultado direto de moficações em rotas enzimáticas.
Pela herança
A grande maioria dos organismos eucarióticos, incluindo o ser humano, contém duas cópias de cada gene em seu genoma - um de origem paterna e outro materna. As mutações podem ser então classificadas quanto à forma como são herdadas nesse sistema diplóide:
Selvagem ou Homozigoto não mutado: ocorre quando nenhum dos alelos está mutado.
Mutação em heterozigoze: quando apenas um dos alelos está mutado.
Mutação em homozigoze: ocorre quando tanto o alelo parental como o maternal têm uma mutação idêntica.
Mutação em heterozigoze composta: quando os alelos materno e paterno apresentam mutações diferente
Classe especial
Mutação Condicional é uma mutação que tem fenótipo tipo selvagem (ou menos severo) sob certas condições ambientais "permissivas" e uma fenótipo mutante sob certas condições "restritivas". Por exemplo, a mutação sensível a temperatura pode causar morte celular em altas temperatura (condição restritiva), mas pode ter nenhuma conseqüência deletéria em baixas temperaturas (efeito permissivo).
Causas da mutação
Quanto às causas, as mutações podem ser classificadas em dois tipos principais, as mutações espontâneas e as induzidas por agêntes mutagênicos.
Mutações espontâneas a nível molecular incluem:
Tautomerismo - Uma base é modificada pelo reposicionamento de um átomo de hidrogênio.
Depurinação - Perda de uma base puríca (A ou G).
Desaminação - Mudança de uma base normal para uma atípica; C → U, (que pode ser corrigida por mecanismos de reparo do DNA), ou desaminação espontênea da 5-methilcitosina (irreparável), ou ainda A → HX (hipoxantina).
Transição- Uma purina se transforma em outra purina (A ↔ G), ou uma pirimidina se transforma em outra pirimidina(C ↔ T).
Mutações induzidas a nível molecular podem ser causadas por:
Mutagênicos químicos
Guanidina nitrosa (NTG)
Hidroxilamina NH2OH
Bases análogas (por exemplo, BrdU)
Substâncias simples (por exemplo, ácidos)
Agentes alquilantes (por exemplo N-etil-N-nitrosoureia (ENU)) Estes agentes podem causar a mutação tanto de DNA em replicação como em DNA não-replicante. Entretanto, um análogo de base nitrogenada pode somente mutar o DNA quando este análogo é incorporado durante a replicação do DNA. Cada uma das classes de mutagênicos químicos têm efeitos que podem levar a transições, transversões ou deleções.
Agentes metilantes (por exemplo, etil-metanossulfonato (EMS))
Hidrocarbonetos policíclicos (por exemplo, benzopirenos encontrados na fumaça de motores de combustão)
Agentes intercalantes de DNA (por exemplo, Brometo de etídio)
DNA crosslinker (e.g. platina)
Dano oxidativo causado por espécies reativas de oxigênio
Radiação
Radiação Ultravioleta (não ionizante) excita eletróns a um nível de energia mais elevado. As moléculas de DNA são bons absorvedores de luz ultravioleta, especialmente aquela com comprimento de onda entre 260 e 280 nm. As bases nitrogenadas citosina e timina (A e T), são mais vulneráveis a essas excitações, que podem modificar as propriedades de pareamento de bases. A luz UV pode induzir que bases timinas adjacentes numa sequência de DNA pareiem-se entre si, formando um dímero pesado.
Radiação ionizante
O DNA possui os chamados "hotspots", locais em que as mutações ocorrem a uma taxa até 100 vezes superior ao normal. Um "hotspot" pode ocorrer em uma base não usual, como por exemplo numa 5-metilcitosina.
As taxas de mutação também dependem da espécie do organismo. Os biólogos evolucionistas propõem teorias em que taxas de mutação aumentadas seriam benéficas em algumas situações, por permitirem uma evolução mais rápida e, consequentemente, uma adaptação acelerada a novos ambientes. Por exemplo, a exposição repetida de bactérias a antibióticos, e a seleção dos mutantes resistentes, pode resultar na seleção de bactérias que possuam um grande aumento das taxas de mutação, em comparação com a população original.
Nomenclatura
A nomenclatura de mutações especifica o tipo de mutação e as mudanças de base ou de aminoácidos.
Substituição de aminoácido - (por exemplo, D111E) A primeira letra representa o código do aminoácido presente no tipo selvagem, o número é a posição N-terminal do aminoácido, e a segunda letra representa o aminoácido presente na proteína mutada. Se a segunda letra for "X", qualquer aminoácido pode substituir o tipo selvagem.
Deleção de aminoácido - (por exemplo, ΔF508) A letra grega Δ (delta) indica uma deleção. A letra se refere ao aminoácido presente no tipo selvagem e o número é a posição N-terminal que seria ocupada pelo aminoácido perdido.
Tipos de mutações
Mutação regressiva é uma mudança num par de nucleotídeos numa sequência de DNA que restaura a sequência original depois de uma mutação pontual e por consequência restaurando o fenótipo original.
Uma mutação por mudança da matriz de leitura é uma mutação causada por indels (palavra formada pela fusão de inserção + deleção) de um número de nucleotídeos diferente de três e seus múltiplos (ex.: 1, 2, 4, 5, 7, etc...) em uma determinada seqüência de DNA. Devido à fundamentação da expressão gênica ser baseada em um triplete natural de nucleotídeos (codon), a inserção ou deleção pode perturbar a matriz de leitura, isto é, um único nucleotídeo alterado modifica toda seqüência de codons a partir da mutação resultando em um produto gênico completamente diferente do original. Quanto mais inicial for a inserção ou deleção, mais alterado vai ser o produto gênico.
Mutações não-sinónimas são tipos de mutações pontuais onde um único nucleotídeo é mudado provocando uma substituição de um aminoácido. Isto por sua vez pode fazer com que a proteína resultante se torne não-funcional. Tais mutações são responsáveis por doenças como anemia falciforme e esclerose lateral amiotrófica mediada pela superóxido dismutase(Boillée 2006).
Uma mutação neutral é aquela que ocorre num codão e que resulta no uso de um aminoácido diferente, mas quimicamente semelhante. É semelhante a uma mutação silenciosa, onde uma mutação no codão codifica o mesmo amino-ácido (veja a Hipótese de Wobble); por exemplo, uma mudança de AUU para AUC codifica à mesma leucina, por isso não ocorre nenhuma mudança discernível (uma mutação silenciosa).
Uma mutação sem sentido ou nonsense é uma mutação com mudança da cadeia numa sequência de DNA que resulta num codão stop prematuro, ou num codão nonsense no mRNA transcrito, possivelmente um truncamento e muitas vezes uma proteína não-funcional.
Um a mutação pontual, ou substituição, é um tipo de mutação que causa a substituição de um único nucleotídeo por outro nucleotídeo. Muitas vezes o termo mutação pontual também inclui inserções ou deleções de um único par de bases (o que tem mais efeitos adversos na sintetização de proteínas porque os nucleotídeos continuam a ser lidos em tripletos, mas em molduras diferentes - chamada de mutação "frameshift".
Mutações silenciosas são mutações do DNA que não resultam numa mudança da sequência de aminoácidos de uma proteína. Elas podem ocorrer numa região não-codificante (fora de um gene ou dentro de um intrão), ou podem ocorrer dentro de um exão de maneira a não alterar a sequência amino-acídica final. O termo mutação silenciosa é muitas vezes usado como sendo equivalente a mutação sinónima; no entanto, mutações sinónimas são uma subcategoria do primeiro, ocorrendo apenas dentro dos exões.
Mutações maléficas
Mudanças no DNA causadas por mutações podem causar erros na sequência das proteínas, criando proteínas partial ou completamente não-funcionais. Para funcionar correctamente, cada célula depende de milhares de proteínas para funcionar nos sítios certos nas alturas certas. Quando uma mutação altera uma proteína que tem um papel importante no corpo, pode resultar numa doença. Uma enfermidade causada por mutações em um ou mais genes é chamado de doença genética. Contudo, apenas uma pequena percentagem de mutações causa doenças genéticas; a maioria não tem impacto na saúde. Por exemplo, algumas mutações alteram a sequência de bases de DNA de um gene mas não mudam a função da proteína produzida por esse gene. Estudos na mosca da fruta Drosophila melanogaster sugerem que se uma mutação muda de facto uma proteína, esta mudança será provavelmente maléfica, com 70 por cento destas mutações tendo efeitos negativos e sendo as restantes neutras ou fracamente benéficas.
Se uma mutação estiver presente numa célula germinal, pode dar origem a descendentes portadores dessa mutação em todas as suas células. Este é o caso de doenças hereditárias. Por outro lado, uma mutação pode ocorrer numa célula somática de um organismo. Algumas mutações podem estar presentes em todos os descendentes desta célula e certas mutações podem provocar que a célula se torne maligna, e consequentemente cause cancro
Muitas vezes, mutações génicas que poderiam provocar uma doença genética são reparadas pelo sistema celular de reparação do DNA. Cada célula tem um certo número de vias bioquímicas através do qual enzimas reconhecem e reparam erros no DNA. Como o DNA pode ser danificado ou mutado de diversas maneiras, o processo de reparação do DNA é uma maneira importante do corpo se proteger de doenças.
Mutações benéficas
Uma muito pequena percentagem de todas as mutações tem na verdade um efeito positivo. Estas mutações levam a novas versões de proteínas que ajudam o organismo e futuras gerações a adaptar-se melhor a mudanças no seu ambiente. Por exemplo, uma deleção específica de 32 pares de base no CCR5 humano confere resistência ao HIV a homozigóticos e atrasa o despoletar do SIDA em heterozigóticos. A mutação CCR5 é mais comum em pessoas com ascendência europeia. Uma teoria para a etiologia da relativa alta frequência do CCR5-Δ32 na população europeia é que esta confere resistência à peste bubónica que flagelou a Europa em meados do Século XIV. Pessoas que tinham esta mutação foram capazes de sobreviver à infecção; por isso, a sua frequência na população aumentou. Isso pode também explicar porque esta mutação não se encontra em África, que não foi afectada pela peste bubónica. Uma teoria mais recente diz que pressão selectiva na mutação CCR5 Delta 32 foi causada pela varíola em vez da peste bubónica.
Outros genes influenciam o desenvolvimento do corpo. Por exemplo, alelos diferentes na via da miostatina influenciam a força de uma pessoa, uma vez que estes genes controlam o desenvolvimento muscular.
Genoma Humano
O QUE É O GENOMA HUMANO?
O GENOMA é o conjunto de instruções que permite a construção de uma pessoa.
Cada célula de um ser humano tem no seu núcleo um conjunto de moléculas de DNA que, de cada vez que a célula se divide, são copiadas e passadas para as células filhas. Isto significa que todas as células do nosso corpo têm um DNA idêntico, organizado fisicamente em 46 cromossomas; 23 herdados do pai e 23 da mãe.
Cada molécula de DNA é composta por duas longas cadeias, colocadas lado a lado, ligadas entre si, e enroladas em hélice. Cada cadeia é formada pela repetição de quatro tipos de unidades químicas: nucleótidos de Adenina (A), de Timina (T), de citosina (C) e de Guanina (G). ( A, T, C, G—alfabeto do DNA)
Um gene é o mais pequeno segmento de DNA ( conjunto de letras numa ordem específica) capaz de dirigir a síntese de uma proteína.
GENE --> PROTEÍNA --> CARACTERÍSTICA
Á totalidade do DNA de um indivíduo chama-se genoma, que no caso do homem é constituído por mais de 3 mil milhões de pares de letras.
OS GENOMAS SÃO TODOS IGUAIS?
NÃO. O Genoma de cada indivíduo é único., com excepção dos gémeos univitelinos.
No entanto, as diferenças registadas são mínimas, incluindo entre pessoas de raças diferentes. Estima-se que apenas 0,1 % do genoma seja responsável pela individualidade de cada ser humano.
VAMOS PODER ESCOLHER AS CARACTERÍSTICAS DOS NOSSOS FILHOS?
O conhecimento do genoma humano permite aos cientistas reconhecer as sequências do genoma que codificam determinadas características das pessoas, como a cor dos olhos. No entanto, é muito difícil reunir condições que permitam alterar o genoma do embrião, seja para mudar a cor dos olhos ou para evitar uma doença grave. Trata-se de processos complexos, por vezes envolvendo vários genes, que necessitam ainda de muita investigação.
É POSSÍVEL CONSTRUIR UMA PESSOA EM LABORATÓRIO?
Por enquanto, não. Até agora os cientistas apenas conseguiram sintetizar artificialmente pequenos fragmentos de DNA. Para construir uma pessoa em laboratório era preciso produzir um genoma completo e funcional, que pudesse ser introduzido no núcleo de uma célula humana com capacidade embrionária. As competências técnicas actuais ainda não permitem um grau tão avançado de manipulação.
QUE BENEFÍCIOS TRAZ O GENOMA PARA A MEDICINA?
Todas as doenças têm uma componente genética, quer seja directa quer seja em resultado da resposta do organismo a agressões ambientais como os vírus ou as toxinas.
O conhecimento do genoma humano tem vindo a possibilitar aos cientistas a identificação de genes que causam uma doença ou contribuem para o seu surgimento. O grande objectivo é utilizar esta informação para desenvolver novos métodos de diagnostico, tratamento ou prevenção.
Projecto Genoma Humano
1. Projeto Genoma Humano
O Projeto Genoma Humano é um consórcio internacional, composto pelos EEUU, Europa e Japão, que tem por objetivo mapear todos os genes da espécie humana até o ano de 2025. Em 1990, o Projeto Genoma Humano tinha o envolvimento de mais de 5000 cientistas, de 250 diferentes laboratórios, que contavam com um orçamento, que segundo diferentes fontes, varia de US$ 3 bilhões a US$ 53 bilhões.
Os seus objetivos na área da saúde são:
- a melhoria e simplificação dos métodos de diagnóstico de doenças genéticas;
- a otimização das terapêuticas de doenças genéticas, e
- a prevenção de doenças multifatoriais.
Cientistas de vários países começaram a desenvolver, em 1989, o Projeto Genoma Humano, patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde e pelo Departamento de Energia americanos. O objetivo do projeto era identificar, até o ano 2005, cada um dos aproximadamente cem mil genes e três bilhões de pares de nucleotídeos que compõem uma molécula de ADN. O Prêmio Nobel de fisiologia e medicina James D. Watson, descobridor da estrutura em hélice dupla do ADN, assumiu inicialmente a direção do projeto.
O trabalho de identificação consistia no mapeamento do código genético, isto é, no registro da posição de cada um dos genes nos 23 pares de cromossomos humanos, e em seu seqüenciamento, ou determinação da ordem precisa de ocorrência dos nucleotídeos que compõem cada gene. Esperava-se encontrar informações importantes em menos de dez por cento do genoma.
Os responsáveis pelo projeto acreditavam que a descoberta da posição de cada gene, além de sua composição e função no organismo, seria a chave para o diagnóstico e a cura de muitas doenças, como câncer, obesidade, diabetes, doenças auto-imunes e hipertensão. Os críticos do projeto, no entanto, alertavam para o perigo do uso indevido das informações genéticas. Candidatos a emprego, por exemplo, poderiam ser recusados com base em testes capazes de revelar predisposição genética para certas doenças, como o alcoolismo.
2. O Conhecimento de Nós Mesmos
Quando nasce um ser humano, muitas prospecções podem ser feitas quanto ao seu futuro. O futuro será determinado, naturalmente, pela maneira como ele vai gerir suas próprias ações, mas será grandemente influenciado pelo ambiente ao redor. Sabe-se hoje, também, que muito do seu "destino" já está predisposto antes mesmo de seu nascimento. O genoma da criança traz codificadas no DNA dos seus 46 cromossomos as instruções que irão afetar, não apenas sua estrutura, seu tamanho, sua cor e outros atributos físicos, como também sua inteligência, sua suscetibilidade a doenças, seu tempo de vida e até aspectos de seu comportamento.
3. Projeto Genoma Humano
O Projeto Genoma Humano é um consórcio internacional, composto pelos EEUU, Europa e Japão, que tem por objetivo mapear todos os genes da espécie humana até o ano de 2025. Em 1990, o Projeto Genoma Humano tinha o envolvimento de mais de 5000 cientistas, de 250 diferentes laboratórios, que contavam com um orçamento, que segundo diferentes fontes, varia de US$ 3 bilhões a US$ 53 bilhões.
4. Objetivo Específico do Projeto Genoma Humano
A grande meta do Projeto Genoma Humano é ler e entender estas instruções. Em outras palavras, é nada menos que a busca do completo entendimento da base genética do Homo sapiens, incluindo a base genética das doenças. De posse desse conhecimento, o objetivo seguinte é aplicar tecnologia para alterar, quando preciso, algumas das instruções, visando aperfeiçoar o ser humano e livrá-lo de doenças e outros fatores limitante.
5. Os Números da Genética
O corpo humano contém cerca de 100 trilhões de células. Na maioria das células existe um núcleo, onde se encontra algo essencial: o genoma humano, uma estrutura contendo o projeto de construção e funcionamento do corpo. O genoma é encontrado no núcleo das células sob a forma de 46 filamentos enrolados em pacotes chamados cromossomos, que incluem também moléculas de proteínas associadas.
Se desenrolássemos estes fios e os ligássemos em série, eles formariam um frágil cordão com cerca de 1 metro e meio de comprimento, e apenas 20 trilionésimos de largura! Este fantástico cordão que encerra o código genético é na verdade constituído por uma gigantesca molécula, conhecida como ácido desoxirribonucléico — o DNA.
A estrutura espacial do DNA, descoberta em 1953 por James Watson e Francis Crick, através de estudos de difração de raios-X, tem a forma de uma dupla hélice, a famosa "escada helicoidal".
É como se fosse uma escada flexível formada por duas cordas torcidas, ligadas por degraus muito estreitos. Cada "corda" é um arranjo linear de unidades semelhantes que se repetem, chamadas nucleotídeos, e se compõem de açúcar, fosfato e uma base nitrogenada. Existem quatro bases nitrogenadas no DNA, as quais se unem aos pares para formar os "degraus" da escada: adenina (A), timina (T), guanina (G) e citosina (C). Um dado fundamental no mecanismo de funcionamento do DNA é o fato de que A e T se atraem mutuamente, da mesma forma que C e G. Elas obedecem rigorosamente à regra de que só podem se unir destas duas maneiras: A se liga a T e G se liga a C. Não pode existir no DNA um par de bases formado de adenina e citosina, ou de timina e guanina, por exemplo. A ordem particular em que as bases se alinham ao longo da cadeia de açúcar e fosfato é chamada a seqüência nucleotídica do DNA. Essa seqüência é característica para cada organismo e encerra milhões de sinais que a célula consegue interpretar como instruções para a fabricação de proteínas, como veremos a seguir.
6. Como funciona o Código Genético
O corpo humano conta com 20 aminoácidos diferentes, que se unem em diferentes seqüências, para constituir as diferentes proteínas necessárias à sua estrutura e funcionamento. O organismo humano pode sintetizar pelo menos 80 mil diferentes proteínas.
A instrução para que as células fabriquem uma proteína específica é dada por um segmento da cadeia de DNA contendo uma seqüência específica de bases. Isso é o que constitui o gene: um segmento de DNA que contém a mensagem completa para a síntese de uma proteína. Na linguagem química do código genético, um gene funciona como uma "sentença", cujas letras seriam as quatro bases A, C, G e T. Cada conjunto de 3 bases (codons), na seqüência ao longo da "corda" do DNA, seriam as "palavras", as quais sinalizam às células um determinado aminoácido a ser usado na síntese da proteína. Por exemplo, a seqüência de bases ATG codifica o aminoácido metionina. Um fragmento do DNA com a seqüência GAGATGGCA codifica uma seqüência de três aminoácidos, que são, respectivamente, ácido glutâmico, metionina e alanina.
Desvendar o seqüenciamento das bases dentro do DNA, para cada organismo, é desvendar o seu código genético, o "segredo" de sua formação e de seu funcionamento, pois o DNA é o "manual de instruções" usado pela célula.
7. Os Números da Genética
O padrão genético da espécie humana -- o genoma humano -- contém de 60 a 80 mil genes, cada um deles contendo instruções sobre como as células devem produzir um determinado tipo de proteína.
Uma vez que 3 bases codificam um aminoácido, uma proteína codificada por um gene de tamanho médio (contendo 3 mil pares de bases, por exemplo), conterá mil aminoácidos.
O número total de pares de bases é o que geralmente determina o tamanho do genoma: o genoma do homem contém aproximadamente 3 bilhões de pares de bases; o de uma levedura, cerca de 15 milhões; e o da bactéria Escherichia coli, cerca de 4,5 milhões.
Os cientistas calculam que a diferença entre o DNA do homem e o DNA do chimpanzé é de apenas 2%.
Entre os estudos de organismos não-humanos, o seqüenciamento genético da bactéria Xylella fastidiosa é uma contribuição brasileira ao Projeto Genoma. Banco de Dados Microbiológicos do TIGR)
Um aspecto particular do Projeto Genoma Humano norteamericano é que ele procura abordar também os aspectos éticos, legais e sociais envolvidos.
O Projeto Genoma Humano é um empreendimento internacional, iniciado formalmente em 1990 e projetado para durar 15 anos, com os seguintes objetivos:
— Identificar e fazer o mapeamento dos 80 mil genes que se calcula existirem no DNA das células do corpo humano;
— Determinar as seqüências dos 3 bilhões de bases químicas que compõem o DNA humano;
— Armazenar essa informação em bancos de dados, desenvolver ferramentas eficientes para analisar esses dados e torná-los acessíveis para novas pesquisas biológicas.
Como parte deste empreendimento, paralelamente estão sendo desenvolvidos estudos com outros organismos selecionados, principalmente microorganismos, visando desenvolver tecnologia e também como auxílio ao trabalho de interpretar a complexa função genética humana. Como existe uma ordem subjacente a toda a diversidade da vida e como todos os organismos se relacionam através de semelhanças em suas seqüências de DNA, o conhecimento adquirido a partir de genomas não-humanos freqüentemente leva a novas descobertas na biologia humana.
8. Significado de mapeamento e sequenciamento do genoma
O PGH tem como um objetivo principal construir uma série de diagramas descritivos de cada cromossomo humano, com resoluções cada vez mais apuradas. Para isso, é necessário: dividir os cromossomos em fragmentos menores que possam ser propagados e caracterizados; e depois ordenar estes fragmentos, de forma a corresponderem a suas respectivas posições nos cromossomos (mapeamento).
Depois de completo o mapeamento, o passo seguinte é determinar a seqüência das bases de cada um dos fragmentos de DNA já ordenados. O objetivo é descobrir todos os genes na seqüência do DNA e desenvolver meios de usar esta informação para estudo da biologia e da medicina.
Um mapa genômico descreve a ordem dos genes ou de outros marcadores e o espaçamento entre eles, em cada cromossomo. Existem mapas de baixa resolução, como os mapas de associações genéticas, que indicam as posições relativas dos marcadores de DNA (genes e outras seqüências identificáveis de DNA) através de seus padrões de hereditariedade; e existem os mapas físicos, que descrevem as características químicas da própria molécula de DNA. Um nível maior de resolução é obtido associando-se os genes a cromossomos específicos.
9.Países que estão participando do PGH
O projeto Genoma Humano começou como uma iniciativa do setor público, tendo a liderança de James Watson, na época chefe dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH). Numerosas escolas, universidades e laboratórios participam do projeto, usando recursos do NIH e Departamento de Energia norte-americano. Só este órgão financia cerca de 200 investigadores separados nos EUA.
Em outros países, grupos de pesquisadores em universidades e institutos de pesquisa também estão envolvidos no Projeto Genoma.
Além destes, muitas empresas privadas grandes e pequenas também conduzem pesquisa sobre o genoma humano.
Basicamente, 18 países iniciaram programas de pesquisas sobre o genoma humano. Os maiores programas desenvolvem-se na Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia, Dinamarca, Estados Unidos, França, Holanda, Israel, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Suécia e União Européia.
Alguns países em desenvolvimento, não incluídos na relação acima, participam através de estudos de técnicas de biologia molecular de aplicação à pesquisa genética e estudos de organismos que têm interesse particular para suas regiões geográficas.
Informações sobre estes países e suas pesquisas de contribuição para o PGH podem ser obtidas através da HUGO (Human Genome Organization), que conta com cerca de 1000 membros de 50 países, para ajuda a coordenar a colaboração internacional ao projeto.
10. Diferença entre a abordagem ao PGH feita pelo setor público e pelo setor privado .
Lançando mão de uma imagem que já se tornou clássica, pode-se comparar o mapeamento e seqüenciamento genético ao mapeamento de uma estrada que se estendesse, digamos, de Porto Alegre a Manaus. O Projeto Genoma Humano, conduzido pelos órgãos do governo tem obtido dados de alta qualidade e precisão, registrando os detalhes das células humanas -- inclusive as porções do DNA que não contêm gene algum e que constituem 97% do seu total. É como se alguém fosse percorrendo o trajeto a pé, registrando cada montanha, cada curva, cada posto de gasolina, encontrado ao longo do caminho. A iniciativa privada, porém, juntou-se ao projeto em vista do potencial de lucro que as pesquisas podem trazer, especialmente para as indústrias farmacêuticas. A rapidez na obtenção de resultados, que podem ser transformados em patentes, tornou-se crucial para elas. Então optaram por um método mais objetivo: concentrar-se apenas nos pontos principais, as "cidades", deixando de lado as árvores, os rios, ou cada pedra do caminho. Isso significa, em termos científicos, dirigir a pesquisa para os genes específicos, buscando, através da comparação do DNA de diferentes indivíduos, aqueles genes "defeituosos" que causam as doenças. Supõe-se que as 20 doenças mais comuns, que matam cerca de 80% da população, estejam associadas com aproximadamente 200 dos cerca de 80 mil genes que compõem o corpo humano. Concentrar-se apenas nestes, deixando de lado os demais, é uma abordagem mais rápida, evidentemente, embora menos precisa.
Com a iniciativa privada ocupando-se apenas dos genes mais interessantes e os pesquisadores do governo dedicando-se ao seqüenciamento dos demais, as duas formas de trabalho podem se complementar, em benefício do conhecimento geral.
11. A situação atual do conhecimento obtido através do PGH?
Em 1990, ao iniciar-se o Projeto Genoma, apenas 4550 dos 60 - 80 mil genes humanos haviam sido identificados; apenas 2% dos genes (cerca de 1500 genes) haviam sido associados a localizações específicas nos 46 cromossomos, e apenas algumas, dentre cerca de 4000 doenças genéticas existentes, haviam sido entendidas em um nível molecular.
Mais de oito anos depois, chegou-se aos seguintes resultados:
Mapeamento genético: mais de 7000 genes foram mapeados a cromossomos particulares. Além destes, o Banco de Dados do Projeto Genoma guarda informação sobre outros genes identificados, cuja localização nos cromossomos ainda não foi inequivocamente determinada. Informações sobre o progresso destas pesquisas são atualizadas freqüentemente e podem ser obtidas clicando aqui.
Seqüenciamento: Mais de 4% das bases do genoma humano foi seqüenciado.
Até este ponto, o Projeto Genoma tem se concentrado mais em desenvolver tecnologia eficiente para seqüenciamento de DNA do que propriamente em fazer um seqüenciamento de larga-escala.
Com a entrada da iniciativa privada no Projeto Genoma, dando preferência a uma abordagem dirigida apenas aos genes que apresentam interesse para a cura de doenças, o setor público passou a rever seu cronograma e espera concluir o Projeto em 2003 e não em 2005, como proposto inicialmente.
12. Benefícios do PGH
Pode-se antecipar alguns dos benefícios que o Projeto Genoma poderá trazer para a humanidade, sem esquecer que alguns poderão nos surpreender. As informações detalhadas sobre o DNA e o mapeamento genético dos organismos revolucionarão as explorações biológicas que serão feitas em seguida.
Na Medicina, por exemplo, o conhecimento sobre como os genes contribuem para a formação de doenças que envolvem um fator genético -- como o câncer, por exemplo -- levarão a uma mudança da prática médica. Ênfase será dada à prevenção da doença, em vez do tratamento do doente. Novas tecnologias clínicas deverão surgir, baseadas em diagnósticos de DNA; novas terapias baseadas em novas classes de remédios; novas técnicas imunoterápicas; prevenção em maior grau de doenças pelo conhecimento das condições ambientais que podem desencadeá-las; possível substituição de genes defeituosos através da terapia genética; produção de drogas medicinais por organismos geneticamente alterados.
O conhecimento da genética humana auxiliará muito o conhecimento da biologia de outros animais, uma vez que não esta não é muito diferente da biologia humana, permitindo também seu aperfeiçoamento e tornando os animais domésticos, por exemplo, mais resistentes a doenças.
As tecnologias, os recursos biológicos e os bancos de dados gerados pela pesquisa sobre o genoma terão grande impacto nas indústrias relacionadas à biotecnologia, como a agricultura, a produção de energia, o controle do lixo, a despoluição ambiental.
13. Doenças Genéticas e seu Potencial de Cura
Em 1990, pela primeira vez, a terapia genética foi usada para curar uma criança cujo sistema imunológico era prejudicado pela falta de uma enzima. A partir daí, surgiu uma onda de euforia sobre o potencial de cura através da alteração do DNA, corrigindo os genes defeituosos. Ainda existem hoje, no entanto, barreiras técnicas que têm impedido a concretização das grandes expectativas criadas a respeito da terapia genética.
Mas tem havido grandes progressos na descoberta de genes associados a doenças. Supõe-se que as 20 doenças mais comuns, que matam cerca de 80% da população, estejam associadas com aproximadamente 200 dos 100 mil genes que compõem o corpo humano. A iniciativa privada tem se dedicado mais intensamente ao estudo desses genes específicos e as indústrias farmacêuticas, especialmente, disputam esse conhecimento que deverá levar ao aperfeiçoamento da medicina no próximo milênio. Em conseqüência, já existem patentes sobre os genes descobertos para muitas doenças. Eis algumas:
Mal de Alzheimer — patente no 5.508.167, da Duke University, cedida à Glaxo.
Hipertensão — patente no 5.589.584, da Fundação de Pesquisa da Utah University, cedida à Myriad Genetics.
Obesidade — patente no 5.646.040, Millenium Pharmaceuticals, cedida à Hoffman-La Roch.e
Artrite reumática — patente no 5.556.767, Human Genome Sciences.
Suscetibilidade ao câncer de mama e ovário — patente no 5.693.473, Myriad Genetics.
Osteoporose — patente no 5.501.969, Human Genome Sciences.
Câncer do cólon — patente no 5.648.212, John Hopkins University, Fundação
Japonesa para a Pesquisa do Câncer e Zeneca.
Doenças Cardiovasculares — patente pendente, Myriad Genetics e Novartis.
Mal de Parkinson — patente pendente, National Institutes of Health.
Calvície — patente pendente, Columbia University.
O GENOMA é o conjunto de instruções que permite a construção de uma pessoa.
Cada célula de um ser humano tem no seu núcleo um conjunto de moléculas de DNA que, de cada vez que a célula se divide, são copiadas e passadas para as células filhas. Isto significa que todas as células do nosso corpo têm um DNA idêntico, organizado fisicamente em 46 cromossomas; 23 herdados do pai e 23 da mãe.
Cada molécula de DNA é composta por duas longas cadeias, colocadas lado a lado, ligadas entre si, e enroladas em hélice. Cada cadeia é formada pela repetição de quatro tipos de unidades químicas: nucleótidos de Adenina (A), de Timina (T), de citosina (C) e de Guanina (G). ( A, T, C, G—alfabeto do DNA)
Um gene é o mais pequeno segmento de DNA ( conjunto de letras numa ordem específica) capaz de dirigir a síntese de uma proteína.
GENE --> PROTEÍNA --> CARACTERÍSTICA
Á totalidade do DNA de um indivíduo chama-se genoma, que no caso do homem é constituído por mais de 3 mil milhões de pares de letras.
OS GENOMAS SÃO TODOS IGUAIS?
NÃO. O Genoma de cada indivíduo é único., com excepção dos gémeos univitelinos.
No entanto, as diferenças registadas são mínimas, incluindo entre pessoas de raças diferentes. Estima-se que apenas 0,1 % do genoma seja responsável pela individualidade de cada ser humano.
VAMOS PODER ESCOLHER AS CARACTERÍSTICAS DOS NOSSOS FILHOS?
O conhecimento do genoma humano permite aos cientistas reconhecer as sequências do genoma que codificam determinadas características das pessoas, como a cor dos olhos. No entanto, é muito difícil reunir condições que permitam alterar o genoma do embrião, seja para mudar a cor dos olhos ou para evitar uma doença grave. Trata-se de processos complexos, por vezes envolvendo vários genes, que necessitam ainda de muita investigação.
É POSSÍVEL CONSTRUIR UMA PESSOA EM LABORATÓRIO?
Por enquanto, não. Até agora os cientistas apenas conseguiram sintetizar artificialmente pequenos fragmentos de DNA. Para construir uma pessoa em laboratório era preciso produzir um genoma completo e funcional, que pudesse ser introduzido no núcleo de uma célula humana com capacidade embrionária. As competências técnicas actuais ainda não permitem um grau tão avançado de manipulação.
QUE BENEFÍCIOS TRAZ O GENOMA PARA A MEDICINA?
Todas as doenças têm uma componente genética, quer seja directa quer seja em resultado da resposta do organismo a agressões ambientais como os vírus ou as toxinas.
O conhecimento do genoma humano tem vindo a possibilitar aos cientistas a identificação de genes que causam uma doença ou contribuem para o seu surgimento. O grande objectivo é utilizar esta informação para desenvolver novos métodos de diagnostico, tratamento ou prevenção.
Projecto Genoma Humano
1. Projeto Genoma Humano
O Projeto Genoma Humano é um consórcio internacional, composto pelos EEUU, Europa e Japão, que tem por objetivo mapear todos os genes da espécie humana até o ano de 2025. Em 1990, o Projeto Genoma Humano tinha o envolvimento de mais de 5000 cientistas, de 250 diferentes laboratórios, que contavam com um orçamento, que segundo diferentes fontes, varia de US$ 3 bilhões a US$ 53 bilhões.
Os seus objetivos na área da saúde são:
- a melhoria e simplificação dos métodos de diagnóstico de doenças genéticas;
- a otimização das terapêuticas de doenças genéticas, e
- a prevenção de doenças multifatoriais.
Cientistas de vários países começaram a desenvolver, em 1989, o Projeto Genoma Humano, patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde e pelo Departamento de Energia americanos. O objetivo do projeto era identificar, até o ano 2005, cada um dos aproximadamente cem mil genes e três bilhões de pares de nucleotídeos que compõem uma molécula de ADN. O Prêmio Nobel de fisiologia e medicina James D. Watson, descobridor da estrutura em hélice dupla do ADN, assumiu inicialmente a direção do projeto.
O trabalho de identificação consistia no mapeamento do código genético, isto é, no registro da posição de cada um dos genes nos 23 pares de cromossomos humanos, e em seu seqüenciamento, ou determinação da ordem precisa de ocorrência dos nucleotídeos que compõem cada gene. Esperava-se encontrar informações importantes em menos de dez por cento do genoma.
Os responsáveis pelo projeto acreditavam que a descoberta da posição de cada gene, além de sua composição e função no organismo, seria a chave para o diagnóstico e a cura de muitas doenças, como câncer, obesidade, diabetes, doenças auto-imunes e hipertensão. Os críticos do projeto, no entanto, alertavam para o perigo do uso indevido das informações genéticas. Candidatos a emprego, por exemplo, poderiam ser recusados com base em testes capazes de revelar predisposição genética para certas doenças, como o alcoolismo.
2. O Conhecimento de Nós Mesmos
Quando nasce um ser humano, muitas prospecções podem ser feitas quanto ao seu futuro. O futuro será determinado, naturalmente, pela maneira como ele vai gerir suas próprias ações, mas será grandemente influenciado pelo ambiente ao redor. Sabe-se hoje, também, que muito do seu "destino" já está predisposto antes mesmo de seu nascimento. O genoma da criança traz codificadas no DNA dos seus 46 cromossomos as instruções que irão afetar, não apenas sua estrutura, seu tamanho, sua cor e outros atributos físicos, como também sua inteligência, sua suscetibilidade a doenças, seu tempo de vida e até aspectos de seu comportamento.
3. Projeto Genoma Humano
O Projeto Genoma Humano é um consórcio internacional, composto pelos EEUU, Europa e Japão, que tem por objetivo mapear todos os genes da espécie humana até o ano de 2025. Em 1990, o Projeto Genoma Humano tinha o envolvimento de mais de 5000 cientistas, de 250 diferentes laboratórios, que contavam com um orçamento, que segundo diferentes fontes, varia de US$ 3 bilhões a US$ 53 bilhões.
4. Objetivo Específico do Projeto Genoma Humano
A grande meta do Projeto Genoma Humano é ler e entender estas instruções. Em outras palavras, é nada menos que a busca do completo entendimento da base genética do Homo sapiens, incluindo a base genética das doenças. De posse desse conhecimento, o objetivo seguinte é aplicar tecnologia para alterar, quando preciso, algumas das instruções, visando aperfeiçoar o ser humano e livrá-lo de doenças e outros fatores limitante.
5. Os Números da Genética
O corpo humano contém cerca de 100 trilhões de células. Na maioria das células existe um núcleo, onde se encontra algo essencial: o genoma humano, uma estrutura contendo o projeto de construção e funcionamento do corpo. O genoma é encontrado no núcleo das células sob a forma de 46 filamentos enrolados em pacotes chamados cromossomos, que incluem também moléculas de proteínas associadas.
Se desenrolássemos estes fios e os ligássemos em série, eles formariam um frágil cordão com cerca de 1 metro e meio de comprimento, e apenas 20 trilionésimos de largura! Este fantástico cordão que encerra o código genético é na verdade constituído por uma gigantesca molécula, conhecida como ácido desoxirribonucléico — o DNA.
A estrutura espacial do DNA, descoberta em 1953 por James Watson e Francis Crick, através de estudos de difração de raios-X, tem a forma de uma dupla hélice, a famosa "escada helicoidal".
É como se fosse uma escada flexível formada por duas cordas torcidas, ligadas por degraus muito estreitos. Cada "corda" é um arranjo linear de unidades semelhantes que se repetem, chamadas nucleotídeos, e se compõem de açúcar, fosfato e uma base nitrogenada. Existem quatro bases nitrogenadas no DNA, as quais se unem aos pares para formar os "degraus" da escada: adenina (A), timina (T), guanina (G) e citosina (C). Um dado fundamental no mecanismo de funcionamento do DNA é o fato de que A e T se atraem mutuamente, da mesma forma que C e G. Elas obedecem rigorosamente à regra de que só podem se unir destas duas maneiras: A se liga a T e G se liga a C. Não pode existir no DNA um par de bases formado de adenina e citosina, ou de timina e guanina, por exemplo. A ordem particular em que as bases se alinham ao longo da cadeia de açúcar e fosfato é chamada a seqüência nucleotídica do DNA. Essa seqüência é característica para cada organismo e encerra milhões de sinais que a célula consegue interpretar como instruções para a fabricação de proteínas, como veremos a seguir.
6. Como funciona o Código Genético
O corpo humano conta com 20 aminoácidos diferentes, que se unem em diferentes seqüências, para constituir as diferentes proteínas necessárias à sua estrutura e funcionamento. O organismo humano pode sintetizar pelo menos 80 mil diferentes proteínas.
A instrução para que as células fabriquem uma proteína específica é dada por um segmento da cadeia de DNA contendo uma seqüência específica de bases. Isso é o que constitui o gene: um segmento de DNA que contém a mensagem completa para a síntese de uma proteína. Na linguagem química do código genético, um gene funciona como uma "sentença", cujas letras seriam as quatro bases A, C, G e T. Cada conjunto de 3 bases (codons), na seqüência ao longo da "corda" do DNA, seriam as "palavras", as quais sinalizam às células um determinado aminoácido a ser usado na síntese da proteína. Por exemplo, a seqüência de bases ATG codifica o aminoácido metionina. Um fragmento do DNA com a seqüência GAGATGGCA codifica uma seqüência de três aminoácidos, que são, respectivamente, ácido glutâmico, metionina e alanina.
Desvendar o seqüenciamento das bases dentro do DNA, para cada organismo, é desvendar o seu código genético, o "segredo" de sua formação e de seu funcionamento, pois o DNA é o "manual de instruções" usado pela célula.
7. Os Números da Genética
O padrão genético da espécie humana -- o genoma humano -- contém de 60 a 80 mil genes, cada um deles contendo instruções sobre como as células devem produzir um determinado tipo de proteína.
Uma vez que 3 bases codificam um aminoácido, uma proteína codificada por um gene de tamanho médio (contendo 3 mil pares de bases, por exemplo), conterá mil aminoácidos.
O número total de pares de bases é o que geralmente determina o tamanho do genoma: o genoma do homem contém aproximadamente 3 bilhões de pares de bases; o de uma levedura, cerca de 15 milhões; e o da bactéria Escherichia coli, cerca de 4,5 milhões.
Os cientistas calculam que a diferença entre o DNA do homem e o DNA do chimpanzé é de apenas 2%.
Entre os estudos de organismos não-humanos, o seqüenciamento genético da bactéria Xylella fastidiosa é uma contribuição brasileira ao Projeto Genoma. Banco de Dados Microbiológicos do TIGR)
Um aspecto particular do Projeto Genoma Humano norteamericano é que ele procura abordar também os aspectos éticos, legais e sociais envolvidos.
O Projeto Genoma Humano é um empreendimento internacional, iniciado formalmente em 1990 e projetado para durar 15 anos, com os seguintes objetivos:
— Identificar e fazer o mapeamento dos 80 mil genes que se calcula existirem no DNA das células do corpo humano;
— Determinar as seqüências dos 3 bilhões de bases químicas que compõem o DNA humano;
— Armazenar essa informação em bancos de dados, desenvolver ferramentas eficientes para analisar esses dados e torná-los acessíveis para novas pesquisas biológicas.
Como parte deste empreendimento, paralelamente estão sendo desenvolvidos estudos com outros organismos selecionados, principalmente microorganismos, visando desenvolver tecnologia e também como auxílio ao trabalho de interpretar a complexa função genética humana. Como existe uma ordem subjacente a toda a diversidade da vida e como todos os organismos se relacionam através de semelhanças em suas seqüências de DNA, o conhecimento adquirido a partir de genomas não-humanos freqüentemente leva a novas descobertas na biologia humana.
8. Significado de mapeamento e sequenciamento do genoma
O PGH tem como um objetivo principal construir uma série de diagramas descritivos de cada cromossomo humano, com resoluções cada vez mais apuradas. Para isso, é necessário: dividir os cromossomos em fragmentos menores que possam ser propagados e caracterizados; e depois ordenar estes fragmentos, de forma a corresponderem a suas respectivas posições nos cromossomos (mapeamento).
Depois de completo o mapeamento, o passo seguinte é determinar a seqüência das bases de cada um dos fragmentos de DNA já ordenados. O objetivo é descobrir todos os genes na seqüência do DNA e desenvolver meios de usar esta informação para estudo da biologia e da medicina.
Um mapa genômico descreve a ordem dos genes ou de outros marcadores e o espaçamento entre eles, em cada cromossomo. Existem mapas de baixa resolução, como os mapas de associações genéticas, que indicam as posições relativas dos marcadores de DNA (genes e outras seqüências identificáveis de DNA) através de seus padrões de hereditariedade; e existem os mapas físicos, que descrevem as características químicas da própria molécula de DNA. Um nível maior de resolução é obtido associando-se os genes a cromossomos específicos.
9.Países que estão participando do PGH
O projeto Genoma Humano começou como uma iniciativa do setor público, tendo a liderança de James Watson, na época chefe dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH). Numerosas escolas, universidades e laboratórios participam do projeto, usando recursos do NIH e Departamento de Energia norte-americano. Só este órgão financia cerca de 200 investigadores separados nos EUA.
Em outros países, grupos de pesquisadores em universidades e institutos de pesquisa também estão envolvidos no Projeto Genoma.
Além destes, muitas empresas privadas grandes e pequenas também conduzem pesquisa sobre o genoma humano.
Basicamente, 18 países iniciaram programas de pesquisas sobre o genoma humano. Os maiores programas desenvolvem-se na Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia, Dinamarca, Estados Unidos, França, Holanda, Israel, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Suécia e União Européia.
Alguns países em desenvolvimento, não incluídos na relação acima, participam através de estudos de técnicas de biologia molecular de aplicação à pesquisa genética e estudos de organismos que têm interesse particular para suas regiões geográficas.
Informações sobre estes países e suas pesquisas de contribuição para o PGH podem ser obtidas através da HUGO (Human Genome Organization), que conta com cerca de 1000 membros de 50 países, para ajuda a coordenar a colaboração internacional ao projeto.
10. Diferença entre a abordagem ao PGH feita pelo setor público e pelo setor privado .
Lançando mão de uma imagem que já se tornou clássica, pode-se comparar o mapeamento e seqüenciamento genético ao mapeamento de uma estrada que se estendesse, digamos, de Porto Alegre a Manaus. O Projeto Genoma Humano, conduzido pelos órgãos do governo tem obtido dados de alta qualidade e precisão, registrando os detalhes das células humanas -- inclusive as porções do DNA que não contêm gene algum e que constituem 97% do seu total. É como se alguém fosse percorrendo o trajeto a pé, registrando cada montanha, cada curva, cada posto de gasolina, encontrado ao longo do caminho. A iniciativa privada, porém, juntou-se ao projeto em vista do potencial de lucro que as pesquisas podem trazer, especialmente para as indústrias farmacêuticas. A rapidez na obtenção de resultados, que podem ser transformados em patentes, tornou-se crucial para elas. Então optaram por um método mais objetivo: concentrar-se apenas nos pontos principais, as "cidades", deixando de lado as árvores, os rios, ou cada pedra do caminho. Isso significa, em termos científicos, dirigir a pesquisa para os genes específicos, buscando, através da comparação do DNA de diferentes indivíduos, aqueles genes "defeituosos" que causam as doenças. Supõe-se que as 20 doenças mais comuns, que matam cerca de 80% da população, estejam associadas com aproximadamente 200 dos cerca de 80 mil genes que compõem o corpo humano. Concentrar-se apenas nestes, deixando de lado os demais, é uma abordagem mais rápida, evidentemente, embora menos precisa.
Com a iniciativa privada ocupando-se apenas dos genes mais interessantes e os pesquisadores do governo dedicando-se ao seqüenciamento dos demais, as duas formas de trabalho podem se complementar, em benefício do conhecimento geral.
11. A situação atual do conhecimento obtido através do PGH?
Em 1990, ao iniciar-se o Projeto Genoma, apenas 4550 dos 60 - 80 mil genes humanos haviam sido identificados; apenas 2% dos genes (cerca de 1500 genes) haviam sido associados a localizações específicas nos 46 cromossomos, e apenas algumas, dentre cerca de 4000 doenças genéticas existentes, haviam sido entendidas em um nível molecular.
Mais de oito anos depois, chegou-se aos seguintes resultados:
Mapeamento genético: mais de 7000 genes foram mapeados a cromossomos particulares. Além destes, o Banco de Dados do Projeto Genoma guarda informação sobre outros genes identificados, cuja localização nos cromossomos ainda não foi inequivocamente determinada. Informações sobre o progresso destas pesquisas são atualizadas freqüentemente e podem ser obtidas clicando aqui.
Seqüenciamento: Mais de 4% das bases do genoma humano foi seqüenciado.
Até este ponto, o Projeto Genoma tem se concentrado mais em desenvolver tecnologia eficiente para seqüenciamento de DNA do que propriamente em fazer um seqüenciamento de larga-escala.
Com a entrada da iniciativa privada no Projeto Genoma, dando preferência a uma abordagem dirigida apenas aos genes que apresentam interesse para a cura de doenças, o setor público passou a rever seu cronograma e espera concluir o Projeto em 2003 e não em 2005, como proposto inicialmente.
12. Benefícios do PGH
Pode-se antecipar alguns dos benefícios que o Projeto Genoma poderá trazer para a humanidade, sem esquecer que alguns poderão nos surpreender. As informações detalhadas sobre o DNA e o mapeamento genético dos organismos revolucionarão as explorações biológicas que serão feitas em seguida.
Na Medicina, por exemplo, o conhecimento sobre como os genes contribuem para a formação de doenças que envolvem um fator genético -- como o câncer, por exemplo -- levarão a uma mudança da prática médica. Ênfase será dada à prevenção da doença, em vez do tratamento do doente. Novas tecnologias clínicas deverão surgir, baseadas em diagnósticos de DNA; novas terapias baseadas em novas classes de remédios; novas técnicas imunoterápicas; prevenção em maior grau de doenças pelo conhecimento das condições ambientais que podem desencadeá-las; possível substituição de genes defeituosos através da terapia genética; produção de drogas medicinais por organismos geneticamente alterados.
O conhecimento da genética humana auxiliará muito o conhecimento da biologia de outros animais, uma vez que não esta não é muito diferente da biologia humana, permitindo também seu aperfeiçoamento e tornando os animais domésticos, por exemplo, mais resistentes a doenças.
As tecnologias, os recursos biológicos e os bancos de dados gerados pela pesquisa sobre o genoma terão grande impacto nas indústrias relacionadas à biotecnologia, como a agricultura, a produção de energia, o controle do lixo, a despoluição ambiental.
13. Doenças Genéticas e seu Potencial de Cura
Em 1990, pela primeira vez, a terapia genética foi usada para curar uma criança cujo sistema imunológico era prejudicado pela falta de uma enzima. A partir daí, surgiu uma onda de euforia sobre o potencial de cura através da alteração do DNA, corrigindo os genes defeituosos. Ainda existem hoje, no entanto, barreiras técnicas que têm impedido a concretização das grandes expectativas criadas a respeito da terapia genética.
Mas tem havido grandes progressos na descoberta de genes associados a doenças. Supõe-se que as 20 doenças mais comuns, que matam cerca de 80% da população, estejam associadas com aproximadamente 200 dos 100 mil genes que compõem o corpo humano. A iniciativa privada tem se dedicado mais intensamente ao estudo desses genes específicos e as indústrias farmacêuticas, especialmente, disputam esse conhecimento que deverá levar ao aperfeiçoamento da medicina no próximo milênio. Em conseqüência, já existem patentes sobre os genes descobertos para muitas doenças. Eis algumas:
Mal de Alzheimer — patente no 5.508.167, da Duke University, cedida à Glaxo.
Hipertensão — patente no 5.589.584, da Fundação de Pesquisa da Utah University, cedida à Myriad Genetics.
Obesidade — patente no 5.646.040, Millenium Pharmaceuticals, cedida à Hoffman-La Roch.e
Artrite reumática — patente no 5.556.767, Human Genome Sciences.
Suscetibilidade ao câncer de mama e ovário — patente no 5.693.473, Myriad Genetics.
Osteoporose — patente no 5.501.969, Human Genome Sciences.
Câncer do cólon — patente no 5.648.212, John Hopkins University, Fundação
Japonesa para a Pesquisa do Câncer e Zeneca.
Doenças Cardiovasculares — patente pendente, Myriad Genetics e Novartis.
Mal de Parkinson — patente pendente, National Institutes of Health.
Calvície — patente pendente, Columbia University.
Clonagem
O que é a clonagem?
é a produção de indivíduos geneticamente iguais
O que é um clone
É um conjunto de células geneticamente idênticas que são todas descendentes de uma célula ancestral, podendo dar origem a um grande número de organismos iguais entre si.
Tipos de clonagem
• Clonagem natural
• Clonagem induzida artificialmente (em plantas e animais).
• Clonagem “in vitro” de plantas
• Clonagem naturalem todos os seres originados a partir de reprodução assexuada (sem participação de gâmetas)
• Clonagem induzida artificialmente
-Nos vegetais baseia-se nos processos de estaca, alporquia, enxertia e mergulhia.
- Nos animais pode ser feita de duas formas:
1-separando-se as células de um embrião no seu estádio inicial de multiplicação celular
originam-se indivíduos exactamente iguais quanto ao património genético, mas diferentes de qualquer outro já existentereproduz assexuadamente um indivíduo igual a outro previamente existente, pela substituição do material nuclear
2-substituindo o núcleo de um óvulo por outro proveniente de uma célula de um indivíduo já existente –clonagem por transferência de nucleos.
produz assexuadamente um indivíduo igual a outro previamente existente, pela substituição do material nuclear
Clonagem “in vitro” de plantas(micropropagação)
Utiliza porções de tecidos bastante pequenas.É sobretudo usada na propagação de espécies com interesse económico
Como Clonar ?
Breve história da clonagem
1958 –Briggs e King –transplantaram para ovócitos anucleados
núcleos de embriões -insucesso
1985 –Porcos transgénicos com hormonas de crescimento
1981 –1ª clonagem anunciada com ratos -fraude
1970 –Briggs e King –transplantaram para ovócitos anucleados núcleos de embriões e verificaram que davam larvas normais;
1997 –ovelha Dolly
1998 –Wakayama clonagem de um rato e clones de clones de clones (50)
2001 –Tetra –1º primata a ser clonado
2000 –clonado touro (bezerro 86 Squared) com capacidade de resistência a infecções; porca clonada no Japão (Xena); vitela (Suzy)
2002 –clonada 1ª gata de estimação Genetic Savings and Clone
Um exemplo da utilidade da clonagem
Porquê clonar?
•Curiosidade científica
•Obtenção de fama
•Aplicações Terapêuticas (ex: produção de órgãos)
•Procura da imortalidade
•Reposição de filhos falecidos
•Resolução de casos de infertilidade
Clonagem humana
Vantagens e Desvantagens da Clonagem
Vantagens da clonagem
•Obtenção de produtos úteis para terapêutica
•Obtenção de óvulos para transplantes
•Recuperação de espécies em extinção
Desvantagens da clonagem
•Taxa de insucesso elevada (ex. para obtenção da Dolly foram necessários 227 embriões)
•Grandes investimentos financeiros e de recursos humanos
•Problemas éticos
Problemas éticos•Questões religiosas
•Manipulação da vida (destruição de embriões, uso de “mães de aluguer”, ...)
•Selecção de características humanas (manipulação genética) e produção de seres em série
Conclusão
Embora se multipliquem os estudos sobre a clonagem artificial, esta continua com elevada taxa de insucesso. Os embriões clonados são pouco viáveis e os poucos clones resultantes apresentam anomalias que comprometem a sua sobrevivência, nomeadamente envelhecimento precoce e falhas nos sistemas vitais. Os cientistas estudam os vários tipos de reprodução assexuada existentes na Natureza de forma a desenvolver mecanismos que permitam a sua aplicação em seres mais complexos, como os primatas.
A clonagem despertou a sociedade para os problemas éticos envolvidos na experimentação científica, levantando mais uma vez a dúvida sobre até que ponto a investigação deve ser libertada da consciência ético-moral.
é a produção de indivíduos geneticamente iguais
O que é um clone
É um conjunto de células geneticamente idênticas que são todas descendentes de uma célula ancestral, podendo dar origem a um grande número de organismos iguais entre si.
Tipos de clonagem
• Clonagem natural
• Clonagem induzida artificialmente (em plantas e animais).
• Clonagem “in vitro” de plantas
• Clonagem naturalem todos os seres originados a partir de reprodução assexuada (sem participação de gâmetas)
• Clonagem induzida artificialmente
-Nos vegetais baseia-se nos processos de estaca, alporquia, enxertia e mergulhia.
- Nos animais pode ser feita de duas formas:
1-separando-se as células de um embrião no seu estádio inicial de multiplicação celular
originam-se indivíduos exactamente iguais quanto ao património genético, mas diferentes de qualquer outro já existentereproduz assexuadamente um indivíduo igual a outro previamente existente, pela substituição do material nuclear
2-substituindo o núcleo de um óvulo por outro proveniente de uma célula de um indivíduo já existente –clonagem por transferência de nucleos.
produz assexuadamente um indivíduo igual a outro previamente existente, pela substituição do material nuclear
Clonagem “in vitro” de plantas(micropropagação)
Utiliza porções de tecidos bastante pequenas.É sobretudo usada na propagação de espécies com interesse económico
Como Clonar ?
Breve história da clonagem
1958 –Briggs e King –transplantaram para ovócitos anucleados
núcleos de embriões -insucesso
1985 –Porcos transgénicos com hormonas de crescimento
1981 –1ª clonagem anunciada com ratos -fraude
1970 –Briggs e King –transplantaram para ovócitos anucleados núcleos de embriões e verificaram que davam larvas normais;
1997 –ovelha Dolly
1998 –Wakayama clonagem de um rato e clones de clones de clones (50)
2001 –Tetra –1º primata a ser clonado
2000 –clonado touro (bezerro 86 Squared) com capacidade de resistência a infecções; porca clonada no Japão (Xena); vitela (Suzy)
2002 –clonada 1ª gata de estimação Genetic Savings and Clone
Um exemplo da utilidade da clonagem
Porquê clonar?
•Curiosidade científica
•Obtenção de fama
•Aplicações Terapêuticas (ex: produção de órgãos)
•Procura da imortalidade
•Reposição de filhos falecidos
•Resolução de casos de infertilidade
Clonagem humana
Vantagens e Desvantagens da Clonagem
Vantagens da clonagem
•Obtenção de produtos úteis para terapêutica
•Obtenção de óvulos para transplantes
•Recuperação de espécies em extinção
Desvantagens da clonagem
•Taxa de insucesso elevada (ex. para obtenção da Dolly foram necessários 227 embriões)
•Grandes investimentos financeiros e de recursos humanos
•Problemas éticos
Problemas éticos•Questões religiosas
•Manipulação da vida (destruição de embriões, uso de “mães de aluguer”, ...)
•Selecção de características humanas (manipulação genética) e produção de seres em série
Conclusão
Embora se multipliquem os estudos sobre a clonagem artificial, esta continua com elevada taxa de insucesso. Os embriões clonados são pouco viáveis e os poucos clones resultantes apresentam anomalias que comprometem a sua sobrevivência, nomeadamente envelhecimento precoce e falhas nos sistemas vitais. Os cientistas estudam os vários tipos de reprodução assexuada existentes na Natureza de forma a desenvolver mecanismos que permitam a sua aplicação em seres mais complexos, como os primatas.
A clonagem despertou a sociedade para os problemas éticos envolvidos na experimentação científica, levantando mais uma vez a dúvida sobre até que ponto a investigação deve ser libertada da consciência ético-moral.
Células Estaminais
O que são células estaminais?
As células estaminais são células indiferenciadas que podem dar origem aos diferentes tipos de células de um organismo. Estas células têm ainda capacidade de se auto-renovar. Iisto significa que uma célula estaminal ao dar origem a uma célula mais especializada (diferenciada) dá também origem a uma cópia idêntica de si mesma, e tem também capacidade de se multiplicar aumentando o número de células estaminais (expansão). Existem diferentes tipos de células estaminais.
Durante o desenvolvimento embrionário, estas células especializam-se, originando os vários tipos de células do corpo, desde as células do músculo cardíaco, células nervosas, glóbulos vermelhos ou células da pele, ou mesmo, por exemplo, as células que fazem parte do olho. Mais tarde, no indivíduo adulto, as células estaminais reparam tecidos danificados e substituem as células que vão morrendo.
O exemplo mais conhecido é a substituição dos glóbulos vermelhos do nosso sangue. Estas células desempenham um papel crucial para a saúde e bem-estar de cada um de nós. As células estaminais podem ser usadas em transplantes para curar doenças em que os tecidos foram perigosamente danificados.
Fontes de células estaminais humanas
Muitos cientistas consideram que as células estaminais embrionárias são ideais para tratar doenças uma vez que se multiplicam consideravelmente e se podem diferenciar em todas as células e tecidos do organismo.
Para evitar as barreiras éticas e políticas que cercam as células estaminais retiradas dos embriões, os cientistas estão à procura de fontes alternativas.
Medula óssea de adultos
Uma fonte promissora de células estaminais poderia ser a medula óssea de um adulto. As células estaminais da medula óssea dos adultos produzem normalmente glóbulos vermelhos e células da medula óssea
Até há pouco tempo, os cientistas pensavam que era impossível a estas células da medula óssea "voltar atrás no tempo" e reinventarem-se a elas próprias para produzirem tipos de células completamente diferentes como, por exemplo, células do cérebro, células nervosas, do intestino ou da pele.
No entanto, nos Estados Unidos os cientistas identificaram, recentemente, uma célula estaminal da medula óssea de adultos que pensam poder desenvolver-se noutro tipo de células. "É algo de extraordinário", afirma o perito em células estaminais Austin Smith do Centre for Genome Research em Edimburgo, Reino Unido.
Não só as células estaminais retiradas de um adulto com o seu consentimento seriam eticamente aceitáveis para a maioria das pessoas e governos, como seriam também melhores para os pacientes. Imagine que padece de uma doença que está a matar as células do cérebro. As células estaminais poderiam ser retiradas da sua medula óssea, seriam manipuladas no laboratório para se tornarem em células cerebrais e voltariam a ser implantadas no seu cérebro - não existindo, assim, uma rejeição imunitária do transplante.
Caso funcione, esta é uma perspectiva muito entusiasmante. Os primeiros resultados parecem promissores, mas os cientistas não tem conhecimento da versatilidade exacta das células estaminais da medula óssea. Estão muito mais confiantes acerca do que as células estaminais dos embriões possam fazer.
Finalmente, tipos diferentes de células estaminais poderiam resultar mais eficazmente em tratamentos de doenças diferentes, por isso, a maioria dos cientistas optaria por continuar a investigação de ambos os tipos compatíveis com familiares do bebé - irmãos e irmãs, pais e avós.
Células extraordinárias com propriedades ÚNICAS
As células estaminais são as células responsáveis por originar as células adultas que constituem os tecidos e órgãos do nosso corpo.
Sem células estaminais o organismo não teria capacidade de se desenvolver nem de regenerar os seus tecidos quando outras células vão morrendo ou perdendo a sua função.
Para além de se poderem transformar em diferentes tipos de células (propriedade de diferenciação), as células estaminais têm também a capacidade de se autorenovar e de se dividirem indefinidamente.
As células estaminais podem ser de dois tipos principais: células estaminais embrionárias, isoladas a partir de tecidos embrionários e células estaminais adultas, obtidas após o nascimento.
As células estaminais do sangue do cordão umbilical são embrionárias
O isolamento de células estaminais de tecidos embrionários ou fetais tem sido alvo de discussão, dado levantar questões a nível ético. A personalidade jurídica do embrião/feto é a questão fundamental levantada pelos opositores da utilização de células estaminais embrionárias. Estas questões não se colocam com a utilização de células estaminais do sangue do cordão umbilical (um tecido normalmente descartado após o parto).
No mesmo estudo referente ao tema, as celulas estaminais, contamos com uma entrevista da cientista, margarida vieira, responsável do Departamento de Investigação e Desenvolvimento da Crioestaminal, explica o potencial das células estaminais, que podem curar doenças do próprio e também de familiares. Vem assim esclarece muitas das nossas duvidas referentes ao assunto em analise.
Já ouviu falar em células estaminais? Aquelas que têm possibilidade de se transformar em qualquer célula, logo potencialmente qualquer órgão, do corpo humano? Pois elas não existem apenas nos fetos e recém-nascidos. Estão presentes também nos adultos e têm capacidade para tratar e curar doenças. Saiba mais sobre estas células e aplicações médicas.
Só existem nos fetos e cordão umbilical dos recém-nascidos ou adultos também têm?
Existem diversos tipos de células estaminais, dependendo da fonte de onde são isoladas. Para além das células estaminais embrionárias e fetais, obtidas durante o desenvolvimento embrionário, e das células estaminais isoladas do sangue do cordão umbilical dos recém-nascidos, existem também células estaminais nos indivíduos adultos.
Estas células estaminais adultas podem encontrar-se em diferentes órgãos e tecidos como a medula óssea, a pele, o intestino, entre outros. A existência de células estaminais nestes tecidos deve-se ao facto destes terem um elevado grau de perda celular, requerendo uma substituição constante das suas células.
Qual o potencial de utilização médica destas células?
Até 2007, foram efectuados mais de oito mil transplantes com células estaminais do sangue do cordão umbilical, três mil dos quais em indivíduos adultos. A grande maioria destes transplantes foi efectuado num contexto alogénico, ou seja, sendo o dador uma outra pessoa que não o paciente, a partir de amostras de dadores compatíveis.
No entanto, nos últimos tempos tem crescido consideravelmente o número de transplantes efectuados num contexto autólogo, ou seja, através de um transplante com as células estaminais do sangue do cordão umbilical do próprio indivíduo, que foram criopreservadas na altura do seu nascimento. Os resultados destes transplantes são semelhantes àqueles realizados com células estaminais da medula óssea, sendo que as principais vantagens são a disponibilidade imediata, quando se trata de transplante com amostras de bancos privados, ou a maior facilidade de encontrar um dador compatível, caso se recorra aos bancos públicos.
Embora no presente a aplicação das células estaminais do sangue do cordão umbilical se restrinja fundamentalmente a doenças sanguíneas e cancerígenas, experiências em modelos animais sugerem que, no futuro, a gama de aplicações com estas células poderá alargar-se a outras doenças, como as doenças cardíacas, as doenças neurodegenerativas, a diabetes ou as lesões vasculares.
Pode exemplificar algumas aplicações médicas em que as células já são utilizadas?
As aplicações das células estaminais conhecidas até ao momento dizem respeito a doenças do foro hemato-oncológico, tais como algumas leucemias, linfomas e tumores sólidos e outras doenças, hereditárias ou adquiridas do sistema sanguíneo ou imunitário.
Acredita-se, no entanto, que o leque de aplicações das células estaminais do sangue do cordão umbilical será mais alargado, uma vez que têm sido descritas populações de células no sangue do cordão umbilical que se podem diferenciar não só em células da linhagem sanguínea como noutro tipo de células, tais como células endoteliais, células musculares, adipócitos, hepatócitos entre outras.
Recentemente, a utilização de amostras de sangue do cordão umbilical para uso em doenças não hematológicas tem crescido consideravelmente. No último ano, foram várias as amostras libertadas de bancos privados, a título experimental, nomeadamente para utilização autóloga em crianças com diabetes tipo 1 e paralisia cerebral.
Na área da cardiologia, existem estudos de regeneração do músculo cardíaco em patologias como isquémia e enfarte do miocárdio. Há dados muito promissores nesta área, com resultados muito concretos na recuperação funcional do miocárdio em pessoas transplantadas com células estaminais da medula óssea. No entanto, serão necessários ensaios clínicos para poder alargar a aplicação à população em geral.
Num futuro mais longínquo, pode vir a ser possível o tratamento de doenças como diabetes e doenças neurodegenerativas (Alzheimer e Parkinson). Esta é uma área muito promissora, mas a investigação ainda está numa fase precoce, restringindo-se apenas a estudos em modelos animais.
As células estaminais podem curar doenças ou apenas tratar?
As células estaminais têm capacidade tanto de tratar como de curar dependendo das doenças em causa. No caso das leucemias e linfomas, elas vão substituir as células sanguíneas cancerígenas que são destruídas por tratamentos de quimioterapia, fornecendo de facto uma cura. Isto também ocorre em casos de deficiências imunitárias em que o sistema defensivo do organismo é reposto pelas células transplantadas.
Em alguns casos, no entanto, as células estaminais apenas fornecem um tratamento que permite melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes e a sintomatologia, mas em que a causa da doença não se consegue eliminar.
No caso de necessidade de transplante, é possível criar um determinado órgão a partir das células estaminais?
Apesar do elevado potencial das células estaminais, nomeadamente das células mesenquimais, do sangue do cordão umbilical na área da engenharia de tecidos e do grande crescimento da investigação nesta área, ainda é cedo para se falar em criação de órgãos para transplante terapêutico. Existem diversos estudos promissores, mas estão ainda numa fase muito precoce.
Há quanto tempo são utilizadas células estaminais para tratar problemas de saúde?
O primeiro transplante de células estaminais do sangue do cordão umbilical foi realizado em 1988 numa criança com anemia de Fanconi, a qual recebeu uma amostra compatível de sangue do cordão umbilical de um familiar, anteriormente criopreservada. Desde então tem crescido o número de transplantes de células estaminais para tratar diversas patologias.
As células estaminais retiradas de um determinado indivíduo só são compatíveis com esse indivíduo?
Não, a compatibilidade de uma amostra é de 100% para o próprio indivíduo, mas existe 25% de probabilidade de uma amostra ser 100% compatível com um irmão directo, ou seja num em cada quatro casos existe compatibilidade total entre irmãos. A probabilidade de existir compatibilidade vai depois diminuindo à medida que diminui o grau de parentesco entre o dador e o paciente.
Será necessário fazer um teste de compatibilidade HLA (antigénios de leucócitos humanos) entre o dador (criança de cujo cordão umbilical foram criopreservadas as células estaminais) e o doente para testar essa compatibilidade. Neste teste são analisados seis parâmetros, e pelo menos quatro ou cinco devem ser compatíveis. Caso contrário, existe um risco de haver rejeição quando as células forem transplantadas para o doente. Isto significa que, mesmo não havendo compatibilidade total, em determinados casos é possível, num contexto alogénico (ou heterólogo), realizar-se o transplante das células estaminais.
A criopreservação de células estaminais do cordão umbilical está em amplo crescimento. Quais as vantagens para os pais e filhos?
O crescente interesse no potencial das células estaminais do sangue do cordão umbilical e a importância cada vez maior deste tipo de transplantes levou ao aparecimento de vários bancos de sangue do cordão umbilical, públicos e privados, que se dedicam ao processamento e criopreservação das células estaminais do sangue do cordão umbilical.
A criopreservação das células estaminais do sangue do cordão umbilical é, actualmente, uma tecnologia bem estabelecida que tem por objectivo a sua eventual utilização no tratamento de diversas doenças ao longo da vida da própria pessoa e também dos seus familiares. Nos últimos anos, o transplante de células estaminais do sangue do cordão umbilical tem-se revelado uma alternativa real aos transplantes de medula óssea, sendo utilizadas no tratamento de dezenas de doenças, sobretudo na área da hemato-oncologia.
A recolha das células estaminais do sangue do cordão umbilical, normalmente descartado durante o parto, poderá constituir para o dador um seguro biológico. Actualmente, a probabilidade de uma família sem um risco definido vir a necessitar de utilizar o sangue do cordão umbilical criopreservado é pequena, mas real. As amostras de células estaminais criopreservadas em bancos privados têm sido utilizadas maioritariamente em transplantes alogénicos, entre irmãos.
No entanto, o número de casos de aplicação autóloga do sangue do cordão umbilical tem vindo a aumentar, os dados mais recentes apontam para mais de 28 casos em que tal procedimento foi necessário. Só em 2007, a empresa norte-americana Cord Blood Registry registou 11 transplantes autólogos efectuados com amostras criopreservadas neste banco privado.
Assim, ao criopreservar as células estaminais do sangue do cordão umbilical do seu filho, os pais estarão a guardar um recurso terapêutico que estará diponivel no caso de ser necessário e que de outra forma não seria aproveitado, sendo descartado à nascença.
Como devem proceder os pais interessados em preservar as células estaminais dos filhos que vão nascer? E quais os custos?
Os pais interessados em usufruir do serviço de criopreservação de células estaminais do sangue do cordão umbilical da Crioestaminal devem adquirir um kit Crioestaminal (Criokit) que contém todo o material necessário para a recolha do sangue do cordão umbilical e seu acondicionamento. Este Criokit pode ser adquirido nas instalações da Crioestaminal (em Cantanhede), por telefone, pela Internet ou numa farmácia. É aconselhável efectuar a aquisição do Criokit com uma antecedência mínima de pelo menos um mês antes da data prevista para o parto, de preferência dois meses antes, para poderem ler com atenção todas as indicações que são enviadas com o kit. O kit de recolha é levado para a maternidade, para que a recolha do sangue do cordão umbilical possa ser feita pela equipa de parto, imediatamente após o nascimento da criança. A recolha é totalmente indolor e não apresenta qualquer risco para a mãe ou para o recém-nascido. Depois de recolhido, o sangue é levado por uma equipa especializada para os laboratórios da Crioestaminal onde o isolamento das células estaminais e a sua criopreservação durante 20 anos são feitos seguindo os mais elevados padrões de qualidade e respeitando todas as exigências legais, o que garante um rigoroso controlo de todos os processos. O custo de adesão ao serviço da Crioestaminal, que inclui o valor do kit, é de 115 euros. A criopreservação propriamente dita custa 1085 euros.
Durante quanto tempo podem ser criopreservadas estas células?
Os dados de que dispomos actualmente referem um período de pelo menos cerca de 20 anos, durante o qual as células estaminais do sangue do cordão umbilical se mantêm viáveis. No entanto, à semelhança do que acontece com outro tipo de células, é provável que estas também se possam manter viáveis por mais de 20 anos, podendo ser criopreservados por períodos superiores.
Em termos éticos, existe alguma condicionante que balize a manipulação de células estaminais?
Não existe qualquer problema ético quanto às células estaminais do cordão umbilical e às células estaminais adultas que podem ser obtidas da medula óssea e de outros tecidos de um indivíduo. Os problemas éticos só surgem quando se fala em células estaminais embrionárias, que são células obtidas a partir do embrião e que por isso levantam questões éticas.
Que desenvolvimentos científicos deverão ocorrer nos proximos tempos envolvendo células estaminais?
Pelas suas características, o sangue do cordão umbilical constitui uma fonte promissora para terapia celular. Para além de possuir células estaminais hematopoiéticas, o sangue do cordão umbilical contém, tal como a medula óssea, células estaminais mesenquimais com a capacidade de diferenciação em outras linhagens celulares tais como células ósseas ou células adiposas.
No sangue do cordão umbilical, existem também células progenitoras endoteliais, as quais se podem diferenciar em células dos vasos sanguíneos e ainda células pluripotentes, as chamadas células estaminais somáticas não-restritas (USSCs) que têm a capacidade de se diferenciar em vários tipos de células, incluindo células neuronais, células ósseas, células sanguíneas, hepatócitos e células cardíacas.
Os resultados experimentais para tratamento de doenças fora do contexto hemato-oncológico obtidos em modelos animais parecem promissores, tal como os resultados dos ensaios iniciais em pacientes humanos. Recentemente, a utilização de amostras de sangue do cordão umbilical para uso em doenças não hematológicas tem crescido consideravelmente.
No último ano, foram várias as amostras libertadas de bancos privados, a título experimental, nomeadamente para utilização autóloga em crianças com diabetes tipo 1 e paralisia cerebral. Os ensaios clínicos são processos que se destinam a comprovar não só a eficácia de uma terapia nos seres humanos, como também a segurança da mesma. Estes ensaios envolvem fases distintas podendo durar anos.
Daí que, apesar de alguns destes ensaios já estarem a decorrer há alguns anos, ainda não existam resultados publicados para muitos deles. A terapia genética com células estaminais poderá alargar ainda mais a aplicabilidade do sangue do cordão umbilical a outro tipo de doenças, tais como, as doenças metabólicas hereditárias. Este tipo de abordagem, com células estaminais do sangue do cordão umbilical, foi utilizado em regime autólogo com sucesso em crianças com deficiência imunitária da adenosina desaminase (ADA).
As crianças, recebendo tratamento farmacológico adicional, mantêm-se saudáveis, apesar do seu sangue conter apenas uma pequena fracção de células com o gene normal. A importância do sangue do cordão umbilical poderá estender-se, no futuro, ao tratamento de outras condições, que até aqui não beneficiavam de terapia celular.
As células estaminais são células indiferenciadas que podem dar origem aos diferentes tipos de células de um organismo. Estas células têm ainda capacidade de se auto-renovar. Iisto significa que uma célula estaminal ao dar origem a uma célula mais especializada (diferenciada) dá também origem a uma cópia idêntica de si mesma, e tem também capacidade de se multiplicar aumentando o número de células estaminais (expansão). Existem diferentes tipos de células estaminais.
Durante o desenvolvimento embrionário, estas células especializam-se, originando os vários tipos de células do corpo, desde as células do músculo cardíaco, células nervosas, glóbulos vermelhos ou células da pele, ou mesmo, por exemplo, as células que fazem parte do olho. Mais tarde, no indivíduo adulto, as células estaminais reparam tecidos danificados e substituem as células que vão morrendo.
O exemplo mais conhecido é a substituição dos glóbulos vermelhos do nosso sangue. Estas células desempenham um papel crucial para a saúde e bem-estar de cada um de nós. As células estaminais podem ser usadas em transplantes para curar doenças em que os tecidos foram perigosamente danificados.
Fontes de células estaminais humanas
Muitos cientistas consideram que as células estaminais embrionárias são ideais para tratar doenças uma vez que se multiplicam consideravelmente e se podem diferenciar em todas as células e tecidos do organismo.
Para evitar as barreiras éticas e políticas que cercam as células estaminais retiradas dos embriões, os cientistas estão à procura de fontes alternativas.
Medula óssea de adultos
Uma fonte promissora de células estaminais poderia ser a medula óssea de um adulto. As células estaminais da medula óssea dos adultos produzem normalmente glóbulos vermelhos e células da medula óssea
Até há pouco tempo, os cientistas pensavam que era impossível a estas células da medula óssea "voltar atrás no tempo" e reinventarem-se a elas próprias para produzirem tipos de células completamente diferentes como, por exemplo, células do cérebro, células nervosas, do intestino ou da pele.
No entanto, nos Estados Unidos os cientistas identificaram, recentemente, uma célula estaminal da medula óssea de adultos que pensam poder desenvolver-se noutro tipo de células. "É algo de extraordinário", afirma o perito em células estaminais Austin Smith do Centre for Genome Research em Edimburgo, Reino Unido.
Não só as células estaminais retiradas de um adulto com o seu consentimento seriam eticamente aceitáveis para a maioria das pessoas e governos, como seriam também melhores para os pacientes. Imagine que padece de uma doença que está a matar as células do cérebro. As células estaminais poderiam ser retiradas da sua medula óssea, seriam manipuladas no laboratório para se tornarem em células cerebrais e voltariam a ser implantadas no seu cérebro - não existindo, assim, uma rejeição imunitária do transplante.
Caso funcione, esta é uma perspectiva muito entusiasmante. Os primeiros resultados parecem promissores, mas os cientistas não tem conhecimento da versatilidade exacta das células estaminais da medula óssea. Estão muito mais confiantes acerca do que as células estaminais dos embriões possam fazer.
Finalmente, tipos diferentes de células estaminais poderiam resultar mais eficazmente em tratamentos de doenças diferentes, por isso, a maioria dos cientistas optaria por continuar a investigação de ambos os tipos compatíveis com familiares do bebé - irmãos e irmãs, pais e avós.
Células extraordinárias com propriedades ÚNICAS
As células estaminais são as células responsáveis por originar as células adultas que constituem os tecidos e órgãos do nosso corpo.
Sem células estaminais o organismo não teria capacidade de se desenvolver nem de regenerar os seus tecidos quando outras células vão morrendo ou perdendo a sua função.
Para além de se poderem transformar em diferentes tipos de células (propriedade de diferenciação), as células estaminais têm também a capacidade de se autorenovar e de se dividirem indefinidamente.
As células estaminais podem ser de dois tipos principais: células estaminais embrionárias, isoladas a partir de tecidos embrionários e células estaminais adultas, obtidas após o nascimento.
As células estaminais do sangue do cordão umbilical são embrionárias
O isolamento de células estaminais de tecidos embrionários ou fetais tem sido alvo de discussão, dado levantar questões a nível ético. A personalidade jurídica do embrião/feto é a questão fundamental levantada pelos opositores da utilização de células estaminais embrionárias. Estas questões não se colocam com a utilização de células estaminais do sangue do cordão umbilical (um tecido normalmente descartado após o parto).
No mesmo estudo referente ao tema, as celulas estaminais, contamos com uma entrevista da cientista, margarida vieira, responsável do Departamento de Investigação e Desenvolvimento da Crioestaminal, explica o potencial das células estaminais, que podem curar doenças do próprio e também de familiares. Vem assim esclarece muitas das nossas duvidas referentes ao assunto em analise.
Já ouviu falar em células estaminais? Aquelas que têm possibilidade de se transformar em qualquer célula, logo potencialmente qualquer órgão, do corpo humano? Pois elas não existem apenas nos fetos e recém-nascidos. Estão presentes também nos adultos e têm capacidade para tratar e curar doenças. Saiba mais sobre estas células e aplicações médicas.
Só existem nos fetos e cordão umbilical dos recém-nascidos ou adultos também têm?
Existem diversos tipos de células estaminais, dependendo da fonte de onde são isoladas. Para além das células estaminais embrionárias e fetais, obtidas durante o desenvolvimento embrionário, e das células estaminais isoladas do sangue do cordão umbilical dos recém-nascidos, existem também células estaminais nos indivíduos adultos.
Estas células estaminais adultas podem encontrar-se em diferentes órgãos e tecidos como a medula óssea, a pele, o intestino, entre outros. A existência de células estaminais nestes tecidos deve-se ao facto destes terem um elevado grau de perda celular, requerendo uma substituição constante das suas células.
Qual o potencial de utilização médica destas células?
Até 2007, foram efectuados mais de oito mil transplantes com células estaminais do sangue do cordão umbilical, três mil dos quais em indivíduos adultos. A grande maioria destes transplantes foi efectuado num contexto alogénico, ou seja, sendo o dador uma outra pessoa que não o paciente, a partir de amostras de dadores compatíveis.
No entanto, nos últimos tempos tem crescido consideravelmente o número de transplantes efectuados num contexto autólogo, ou seja, através de um transplante com as células estaminais do sangue do cordão umbilical do próprio indivíduo, que foram criopreservadas na altura do seu nascimento. Os resultados destes transplantes são semelhantes àqueles realizados com células estaminais da medula óssea, sendo que as principais vantagens são a disponibilidade imediata, quando se trata de transplante com amostras de bancos privados, ou a maior facilidade de encontrar um dador compatível, caso se recorra aos bancos públicos.
Embora no presente a aplicação das células estaminais do sangue do cordão umbilical se restrinja fundamentalmente a doenças sanguíneas e cancerígenas, experiências em modelos animais sugerem que, no futuro, a gama de aplicações com estas células poderá alargar-se a outras doenças, como as doenças cardíacas, as doenças neurodegenerativas, a diabetes ou as lesões vasculares.
Pode exemplificar algumas aplicações médicas em que as células já são utilizadas?
As aplicações das células estaminais conhecidas até ao momento dizem respeito a doenças do foro hemato-oncológico, tais como algumas leucemias, linfomas e tumores sólidos e outras doenças, hereditárias ou adquiridas do sistema sanguíneo ou imunitário.
Acredita-se, no entanto, que o leque de aplicações das células estaminais do sangue do cordão umbilical será mais alargado, uma vez que têm sido descritas populações de células no sangue do cordão umbilical que se podem diferenciar não só em células da linhagem sanguínea como noutro tipo de células, tais como células endoteliais, células musculares, adipócitos, hepatócitos entre outras.
Recentemente, a utilização de amostras de sangue do cordão umbilical para uso em doenças não hematológicas tem crescido consideravelmente. No último ano, foram várias as amostras libertadas de bancos privados, a título experimental, nomeadamente para utilização autóloga em crianças com diabetes tipo 1 e paralisia cerebral.
Na área da cardiologia, existem estudos de regeneração do músculo cardíaco em patologias como isquémia e enfarte do miocárdio. Há dados muito promissores nesta área, com resultados muito concretos na recuperação funcional do miocárdio em pessoas transplantadas com células estaminais da medula óssea. No entanto, serão necessários ensaios clínicos para poder alargar a aplicação à população em geral.
Num futuro mais longínquo, pode vir a ser possível o tratamento de doenças como diabetes e doenças neurodegenerativas (Alzheimer e Parkinson). Esta é uma área muito promissora, mas a investigação ainda está numa fase precoce, restringindo-se apenas a estudos em modelos animais.
As células estaminais podem curar doenças ou apenas tratar?
As células estaminais têm capacidade tanto de tratar como de curar dependendo das doenças em causa. No caso das leucemias e linfomas, elas vão substituir as células sanguíneas cancerígenas que são destruídas por tratamentos de quimioterapia, fornecendo de facto uma cura. Isto também ocorre em casos de deficiências imunitárias em que o sistema defensivo do organismo é reposto pelas células transplantadas.
Em alguns casos, no entanto, as células estaminais apenas fornecem um tratamento que permite melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes e a sintomatologia, mas em que a causa da doença não se consegue eliminar.
No caso de necessidade de transplante, é possível criar um determinado órgão a partir das células estaminais?
Apesar do elevado potencial das células estaminais, nomeadamente das células mesenquimais, do sangue do cordão umbilical na área da engenharia de tecidos e do grande crescimento da investigação nesta área, ainda é cedo para se falar em criação de órgãos para transplante terapêutico. Existem diversos estudos promissores, mas estão ainda numa fase muito precoce.
Há quanto tempo são utilizadas células estaminais para tratar problemas de saúde?
O primeiro transplante de células estaminais do sangue do cordão umbilical foi realizado em 1988 numa criança com anemia de Fanconi, a qual recebeu uma amostra compatível de sangue do cordão umbilical de um familiar, anteriormente criopreservada. Desde então tem crescido o número de transplantes de células estaminais para tratar diversas patologias.
As células estaminais retiradas de um determinado indivíduo só são compatíveis com esse indivíduo?
Não, a compatibilidade de uma amostra é de 100% para o próprio indivíduo, mas existe 25% de probabilidade de uma amostra ser 100% compatível com um irmão directo, ou seja num em cada quatro casos existe compatibilidade total entre irmãos. A probabilidade de existir compatibilidade vai depois diminuindo à medida que diminui o grau de parentesco entre o dador e o paciente.
Será necessário fazer um teste de compatibilidade HLA (antigénios de leucócitos humanos) entre o dador (criança de cujo cordão umbilical foram criopreservadas as células estaminais) e o doente para testar essa compatibilidade. Neste teste são analisados seis parâmetros, e pelo menos quatro ou cinco devem ser compatíveis. Caso contrário, existe um risco de haver rejeição quando as células forem transplantadas para o doente. Isto significa que, mesmo não havendo compatibilidade total, em determinados casos é possível, num contexto alogénico (ou heterólogo), realizar-se o transplante das células estaminais.
A criopreservação de células estaminais do cordão umbilical está em amplo crescimento. Quais as vantagens para os pais e filhos?
O crescente interesse no potencial das células estaminais do sangue do cordão umbilical e a importância cada vez maior deste tipo de transplantes levou ao aparecimento de vários bancos de sangue do cordão umbilical, públicos e privados, que se dedicam ao processamento e criopreservação das células estaminais do sangue do cordão umbilical.
A criopreservação das células estaminais do sangue do cordão umbilical é, actualmente, uma tecnologia bem estabelecida que tem por objectivo a sua eventual utilização no tratamento de diversas doenças ao longo da vida da própria pessoa e também dos seus familiares. Nos últimos anos, o transplante de células estaminais do sangue do cordão umbilical tem-se revelado uma alternativa real aos transplantes de medula óssea, sendo utilizadas no tratamento de dezenas de doenças, sobretudo na área da hemato-oncologia.
A recolha das células estaminais do sangue do cordão umbilical, normalmente descartado durante o parto, poderá constituir para o dador um seguro biológico. Actualmente, a probabilidade de uma família sem um risco definido vir a necessitar de utilizar o sangue do cordão umbilical criopreservado é pequena, mas real. As amostras de células estaminais criopreservadas em bancos privados têm sido utilizadas maioritariamente em transplantes alogénicos, entre irmãos.
No entanto, o número de casos de aplicação autóloga do sangue do cordão umbilical tem vindo a aumentar, os dados mais recentes apontam para mais de 28 casos em que tal procedimento foi necessário. Só em 2007, a empresa norte-americana Cord Blood Registry registou 11 transplantes autólogos efectuados com amostras criopreservadas neste banco privado.
Assim, ao criopreservar as células estaminais do sangue do cordão umbilical do seu filho, os pais estarão a guardar um recurso terapêutico que estará diponivel no caso de ser necessário e que de outra forma não seria aproveitado, sendo descartado à nascença.
Como devem proceder os pais interessados em preservar as células estaminais dos filhos que vão nascer? E quais os custos?
Os pais interessados em usufruir do serviço de criopreservação de células estaminais do sangue do cordão umbilical da Crioestaminal devem adquirir um kit Crioestaminal (Criokit) que contém todo o material necessário para a recolha do sangue do cordão umbilical e seu acondicionamento. Este Criokit pode ser adquirido nas instalações da Crioestaminal (em Cantanhede), por telefone, pela Internet ou numa farmácia. É aconselhável efectuar a aquisição do Criokit com uma antecedência mínima de pelo menos um mês antes da data prevista para o parto, de preferência dois meses antes, para poderem ler com atenção todas as indicações que são enviadas com o kit. O kit de recolha é levado para a maternidade, para que a recolha do sangue do cordão umbilical possa ser feita pela equipa de parto, imediatamente após o nascimento da criança. A recolha é totalmente indolor e não apresenta qualquer risco para a mãe ou para o recém-nascido. Depois de recolhido, o sangue é levado por uma equipa especializada para os laboratórios da Crioestaminal onde o isolamento das células estaminais e a sua criopreservação durante 20 anos são feitos seguindo os mais elevados padrões de qualidade e respeitando todas as exigências legais, o que garante um rigoroso controlo de todos os processos. O custo de adesão ao serviço da Crioestaminal, que inclui o valor do kit, é de 115 euros. A criopreservação propriamente dita custa 1085 euros.
Durante quanto tempo podem ser criopreservadas estas células?
Os dados de que dispomos actualmente referem um período de pelo menos cerca de 20 anos, durante o qual as células estaminais do sangue do cordão umbilical se mantêm viáveis. No entanto, à semelhança do que acontece com outro tipo de células, é provável que estas também se possam manter viáveis por mais de 20 anos, podendo ser criopreservados por períodos superiores.
Em termos éticos, existe alguma condicionante que balize a manipulação de células estaminais?
Não existe qualquer problema ético quanto às células estaminais do cordão umbilical e às células estaminais adultas que podem ser obtidas da medula óssea e de outros tecidos de um indivíduo. Os problemas éticos só surgem quando se fala em células estaminais embrionárias, que são células obtidas a partir do embrião e que por isso levantam questões éticas.
Que desenvolvimentos científicos deverão ocorrer nos proximos tempos envolvendo células estaminais?
Pelas suas características, o sangue do cordão umbilical constitui uma fonte promissora para terapia celular. Para além de possuir células estaminais hematopoiéticas, o sangue do cordão umbilical contém, tal como a medula óssea, células estaminais mesenquimais com a capacidade de diferenciação em outras linhagens celulares tais como células ósseas ou células adiposas.
No sangue do cordão umbilical, existem também células progenitoras endoteliais, as quais se podem diferenciar em células dos vasos sanguíneos e ainda células pluripotentes, as chamadas células estaminais somáticas não-restritas (USSCs) que têm a capacidade de se diferenciar em vários tipos de células, incluindo células neuronais, células ósseas, células sanguíneas, hepatócitos e células cardíacas.
Os resultados experimentais para tratamento de doenças fora do contexto hemato-oncológico obtidos em modelos animais parecem promissores, tal como os resultados dos ensaios iniciais em pacientes humanos. Recentemente, a utilização de amostras de sangue do cordão umbilical para uso em doenças não hematológicas tem crescido consideravelmente.
No último ano, foram várias as amostras libertadas de bancos privados, a título experimental, nomeadamente para utilização autóloga em crianças com diabetes tipo 1 e paralisia cerebral. Os ensaios clínicos são processos que se destinam a comprovar não só a eficácia de uma terapia nos seres humanos, como também a segurança da mesma. Estes ensaios envolvem fases distintas podendo durar anos.
Daí que, apesar de alguns destes ensaios já estarem a decorrer há alguns anos, ainda não existam resultados publicados para muitos deles. A terapia genética com células estaminais poderá alargar ainda mais a aplicabilidade do sangue do cordão umbilical a outro tipo de doenças, tais como, as doenças metabólicas hereditárias. Este tipo de abordagem, com células estaminais do sangue do cordão umbilical, foi utilizado em regime autólogo com sucesso em crianças com deficiência imunitária da adenosina desaminase (ADA).
As crianças, recebendo tratamento farmacológico adicional, mantêm-se saudáveis, apesar do seu sangue conter apenas uma pequena fracção de células com o gene normal. A importância do sangue do cordão umbilical poderá estender-se, no futuro, ao tratamento de outras condições, que até aqui não beneficiavam de terapia celular.
Actividades Laboratoriais
Actividade nº0
Questão foco: Como se pode extrair e visualizar moléculas de ADN?
Teoria: Teoria Celular
Princípios: élula é a unidade básica funcional e estrutural da vida. Esta é a unidade de reprodução, de desenvolvimento e de hereditariedade dos seres vivos.
O kiwi é um ser vivo multicelular constituído por células eucarióticas vegetais.
É no núcleo da células que se encontra guardado o DNA que está unido a proteínas específicas, as histonas, formando a cromatina. Quando as células entram em divisão celular, a cromatina condensa-se formando os cromossomas (são as características do ser vivo).
A extracção de DNA pode ser realizada a partir de diferentes tipos de células eucarióticas e consta, fundamentalmente, de duas etapas:
- Rotura das células, para libertação dos núcleos (o detergente de louça, como solvente de gorduras, dissolverá a membrana plasmática);
- Separação dos componentes básicos dos cromossomas: DNA e proteínas (função a cargo do etanol, dado que não dissolve a cromatina).O cloreto de sódio tem a função de manter a estabilidade iónica da solução.
Conceitos:
•Kiwi
•Célula eucariótica
•Acido nucleico
•DNA vegetal
•Cromatina
•Cromossoma
Acontecimentos/Objectos:
. Preparar a solução de extracção de DNA:
-Junção de 10ml de detergente de louça com 2g de cloreto de sódio;
-Adição de água destilada 70ml;
. Remoção da pele e esmagamento do kiwi até ficar como pasta;
. Adição de 10ml da solução de extracção de DNA ao preparado e misturar durante um minuto;
. Colocação de extracto no funil (com papel de filtro) e deixar verter o liquido (…)
. Filtrar novamente para o tubo de ensaio, através de um pedaço de algodão;
. Adição de etanol gelado o tubo até perfazer metade o volume do tubo;
. Inserção da vareta no tubo onde o etanol está em contacto com o extracto.
Procedimento:
1. Descasque e corte o kiwi em pequeno fragmento coloque-os no almofariz;
2. Deite o sal e o detergente num goblé com água destilada. Agite suavemente a mistura;
3. Coloque a mistura obtida no almofariz e triture;
4. Filtre, sucessivamente, o produto obtido através de papel de filtro e algodão hidrófilo;
5. Faça escorrer, lentamente, álcool refrigerado em quantidade aproximadamente igual à do filtrado ao longo da parede da proveta. Espere algum tempo (…) observar a formação de duas fases: uma superior, alcoólica, e outra inferior, aquosa.
6. O DNA, insolúvel no álcool, precipita e forma uma massa filamentosa, esbranquiçada, que contém proteínas e outros materiais com o auxilio de uma vareta, e com movimentos circulares, pode recolher algum material;
7. Para coloração, pode utilizar a técnica de Feulguen:
- Coloque o precipitado em água destilada (10s);
- Mergulhe-o em ácido clorídrico normal (15s);
- Passe novamente o material por água destilada (10s);
- Mergulhe o precipitado no reagente de Schiff (3s).
Conclusão:
Nesta experiência foi utilizado cloreto de sódio porque este proporciona ao DNA um ambiente favorável, ou seja, contribui com iões positivos que neutralizam, a carga negativa DNA.
O detergente serviu para degradar os fosfolipidos que constituem as membranas e com rotura destas, o conteúdo celular dispersam-se na solução.
Como o DNA não se dissolve no álcool, este aparece à superfície da solução (….).
O DNA ascendeu na solução visto que é menos denso que a água e a mistura aquosa (…) restos celulares.
O DNA não é visível a olho nu porque este só é visualizado no microscópio eléctrico apesar de nós conseguirmos distinguir o DNA a olho nu. Isto só ocorre porque o DNA aparece como uma massa branca e filamentosa (cromatina).
Actividade nº1
Questão foco: Quais as principais diferenças entre a fase mitótica nas células animais e nas células vegetais?
Teoria:
• Teoria celular;
• Ciclo celular;
• Teoria do ciclo
Princípios:
Multiplicação celular é a responsável pelo crescimento dos organismos e o resultadado da divisão mitótica do núcleo. A divisão do núcleo é seguido pela divisão do citoplasma logo a célula fica dividida em dois.
O ciclo celular é o processo pelo qual a célula passa desde que nasce até que se divide e é constituído por duas fases fundamentais – a interfase e a fase mitótica.
A interfase é a fase mais longa do ciclo celular e integra três fases G1, S e G2, nas quais se dá o crescimento celular e dupicação do DNA.
Na fase mitótica podemos verificar a ocorrência de duas divisões: a divisão do núcleo – mitose – e do citoplasma – citocinese. A mitose é composta por 4 fases: profase; metafase; anafase e telofase.
A profase é a etapa mais longa da mitose, onde os filamentos de cromatina se condensam. A metafase é a etapa onde se forma a placa equatorial. Na anafase dá-se a fragmentação dos centrómeros, separando-se os cromatídeos, que passam a formar um cromossoma. Na telofase acontece o contrário da profase.
Após a mitose, ocorre então a citocinese, na qual o citoplasma da célula original vai ser dividido em duas partes o que irá originar duas novas células.
Conceitos:
Raiz da cebola ;
Vidro de relógio;
Lamparina de álcool;
Laminas e lamelas;
Material de dissecacção (agulha e bisturi);
Acido cloridrico;
Orceína acético;
Acontecimentos/Objectos:
1. Misture, num vidro de relógio, nove partes de orceínas acéticas com uma parte de ácido cloridrícas;
2. Corte três a seis vértices vegetativos com cerca de 20mm de comprimento: coloque-os na solução preparada em 1;
3. Aqueça o vidro de relógio, passando-o 3 ou 4 vezes sobre a chama, até se saltarem vapores. Não deixe ferver.
4. (…) e corte cerca de 1mm a partir da extremidade, rejeitando a parte restante;
Interpretação:
A interfase é a fase onde há multiplicação e deste modo tem o núcleo individualizado e com o DNA (…).
A profase é quando o material genético se organiza e os cromossomas apresentam-se curtos e espessos. Na telofase os cromossomas estão no polo da célula, reconstitui-se a membrana e o citoplasma está a dividir-se.
O ácido cloridríco serve para dissolver as lamelas medianas que unem as células umas às outras.
A orceína acética utilizou-se para dar cor às fibras.
Aqueceu-se a solução para acelerar o processo.
A célula foi estrangulada para que se separem os tecidos, só deste modo se pode visualizar.
Conclusão:
Através desta actividade laboratorial ficamos a compreender como ocorre a fase mitótica, compreendendo e visualizando os acontecimentos que os cromossomas vão sofrendo ao longo da mitose.
A fim de concluir esta actividade laboratorial com sucesso, o nosso grupo utilizou duas preparações diferentes, porém, apenas a primeira revelou melhores resultados apesar de só identificarmos a interfase e duas fases da mitose das células do ápice vegetativo da cebola porque cerca de 90% do ciclo baseia-se na interfase.
Actividade nº2
Questão foco: Quais as estratégias da rerodução assexuada em leveduras e no bolor do pão?
Teoria:
• Reprodução assexuada.
Princípios:
A reprodução assexuada permite a formação de novos individuos a partir de um só progenitor, sem que haja intervenção de células sexuais. Neste tipo de reprodução, os descendentes desenvolvem-se a partir de uma célula ou de um conjunto de células do progenitor, pelo que todos os individuos são geneticamente iguais. A produção destes individuos designa-se por clonagem.
Existem processo de reprodução assexuada, os mais comuns são: Bipartição (divisão de um ser em dois com idênticas dimensões); Gemulação (formação de uma ou mais saliências, os gomos ou gemas, que se desenvolvem e separam, originando novos seres); esporulação (formação de células reprodutoras, os esporos, cada um dos quais pode originar um novo individuo); multiplicação vegetativa (formação de novos seres a partir do desenvolver de certas estruturas vegetativas, como raízes, caule, folhas); fragmentação (separa de fragmentos do corpo, originando cada fragmento do novo indivíduo por regeneração); partenogénese (formação de novos indivíduos exclusivamente a partir do desenvolvimento de gametas femininos).
Conceitos:
Reprodução assexuada;
Células;
Leveduras;
Bolor;
M.O.C. ;
Progenitor;
Lupa binocular;
Mecânismos reprodutores;
Procedimento:
1. Retiramos uma gota de uma suspensão de leveduras, previamente preparada e montamos entre a lamina e lamela;
2. Observamos a microscópio e resgistamos num esquema;
3. Recolhemos um pedaço de pão com bolor e observamos na lupa binocular:
Interpretação:
Através dos resultados obtidos verificamos que as leveduras se reproduzem através da gemulação, visto que se formam saliências que se desenvolvem e separam e conseguem originar um novo ser. No entanto, o bolor do pão reproduz-se graças à esporuação, já que através das células reprodutoras formadas (esporos), cada pode originar um novo individuo.
Conclusão:
Concluimos que os fungos e as leveduras podem-se reproduzir assexuadamente por esporulação e por gemulação, repectivamente relativamente aos dois processos reprodutivos existem diferenças a nível morfológico, o bolor do pão apresenta um aspecto filamentoso, já as leveduras apresentam uma forma oval. Podemos então concluir que as leveduras e o bolor do pão têm estruturas morfoógicas diferentes, assim como formas distintas de se reproduzirem.
Actividade nº3
Questão foco: Como ocorre a reprodução sexuada nas plantas com flor?
Teoria:
• Reprodução sexuada nas plantas com flor.
Princípios:
Na reprodução sexuada nas plantas com flor é necessário a ocorrência de polinzação ou transporte de grãos de polén para os orgãos femininos da mesma flor, carpelos, ou então para os das outras plantas da mesma especie. Nas anteras, orgãos sexuais masculinos, tem sacos polínicos (local onde se formam os grão de pólen),e nos carpelos, orgãos femininos, existem os óvulos.
As plantascom flor contém dois orgãos reprodutores, osestames e os carpelos. O estame é constituído pela antera e o filete e o carpelo pelo estigma, estilete e ovário.
Conceitos:
Flor;
Reprodução sexuada;
Estame;
Antera;
Filete;
Carpelo:
Estigma;
Estilete;
Procedimento:
1. Observou-se a flor do tabuleiro, efectuou-se um esquema legendando essa flor;
2. Cortou-se um estame, e observou-se à lupa fez-se um esquema legendado;
3. Efectuou-se um corte transversal da antera , observou-se à lupa e fez-se um esquema;
4. Cortou-se um carpelo e fez-se um esquema legendado;
Interpretação:
Através dos resultados podemos dizer e visualizar que a flor contém orgãos sexuais femininos e masculinos. O orgão feminino é o carpelo e é constituido pelo estigma, estilete e ovário e neste último é formado os gametas femininos. Nos orgãos masculinos (estame) é produzido sacos polinicos onde são produzidos grãos de pólen.
Conclusão:
Com este trabalho podemos observar a constituição de uma planta com flor e os seus respectivos orgãos sexuais. A experiência foi realizada conforme era esperado e os resultado corresponderam com a teoria.
Questão foco: Como se pode extrair e visualizar moléculas de ADN?
Teoria: Teoria Celular
Princípios: élula é a unidade básica funcional e estrutural da vida. Esta é a unidade de reprodução, de desenvolvimento e de hereditariedade dos seres vivos.
O kiwi é um ser vivo multicelular constituído por células eucarióticas vegetais.
É no núcleo da células que se encontra guardado o DNA que está unido a proteínas específicas, as histonas, formando a cromatina. Quando as células entram em divisão celular, a cromatina condensa-se formando os cromossomas (são as características do ser vivo).
A extracção de DNA pode ser realizada a partir de diferentes tipos de células eucarióticas e consta, fundamentalmente, de duas etapas:
- Rotura das células, para libertação dos núcleos (o detergente de louça, como solvente de gorduras, dissolverá a membrana plasmática);
- Separação dos componentes básicos dos cromossomas: DNA e proteínas (função a cargo do etanol, dado que não dissolve a cromatina).O cloreto de sódio tem a função de manter a estabilidade iónica da solução.
Conceitos:
•Kiwi
•Célula eucariótica
•Acido nucleico
•DNA vegetal
•Cromatina
•Cromossoma
Acontecimentos/Objectos:
. Preparar a solução de extracção de DNA:
-Junção de 10ml de detergente de louça com 2g de cloreto de sódio;
-Adição de água destilada 70ml;
. Remoção da pele e esmagamento do kiwi até ficar como pasta;
. Adição de 10ml da solução de extracção de DNA ao preparado e misturar durante um minuto;
. Colocação de extracto no funil (com papel de filtro) e deixar verter o liquido (…)
. Filtrar novamente para o tubo de ensaio, através de um pedaço de algodão;
. Adição de etanol gelado o tubo até perfazer metade o volume do tubo;
. Inserção da vareta no tubo onde o etanol está em contacto com o extracto.
Procedimento:
1. Descasque e corte o kiwi em pequeno fragmento coloque-os no almofariz;
2. Deite o sal e o detergente num goblé com água destilada. Agite suavemente a mistura;
3. Coloque a mistura obtida no almofariz e triture;
4. Filtre, sucessivamente, o produto obtido através de papel de filtro e algodão hidrófilo;
5. Faça escorrer, lentamente, álcool refrigerado em quantidade aproximadamente igual à do filtrado ao longo da parede da proveta. Espere algum tempo (…) observar a formação de duas fases: uma superior, alcoólica, e outra inferior, aquosa.
6. O DNA, insolúvel no álcool, precipita e forma uma massa filamentosa, esbranquiçada, que contém proteínas e outros materiais com o auxilio de uma vareta, e com movimentos circulares, pode recolher algum material;
7. Para coloração, pode utilizar a técnica de Feulguen:
- Coloque o precipitado em água destilada (10s);
- Mergulhe-o em ácido clorídrico normal (15s);
- Passe novamente o material por água destilada (10s);
- Mergulhe o precipitado no reagente de Schiff (3s).
Conclusão:
Nesta experiência foi utilizado cloreto de sódio porque este proporciona ao DNA um ambiente favorável, ou seja, contribui com iões positivos que neutralizam, a carga negativa DNA.
O detergente serviu para degradar os fosfolipidos que constituem as membranas e com rotura destas, o conteúdo celular dispersam-se na solução.
Como o DNA não se dissolve no álcool, este aparece à superfície da solução (….).
O DNA ascendeu na solução visto que é menos denso que a água e a mistura aquosa (…) restos celulares.
O DNA não é visível a olho nu porque este só é visualizado no microscópio eléctrico apesar de nós conseguirmos distinguir o DNA a olho nu. Isto só ocorre porque o DNA aparece como uma massa branca e filamentosa (cromatina).
Actividade nº1
Questão foco: Quais as principais diferenças entre a fase mitótica nas células animais e nas células vegetais?
Teoria:
• Teoria celular;
• Ciclo celular;
• Teoria do ciclo
Princípios:
Multiplicação celular é a responsável pelo crescimento dos organismos e o resultadado da divisão mitótica do núcleo. A divisão do núcleo é seguido pela divisão do citoplasma logo a célula fica dividida em dois.
O ciclo celular é o processo pelo qual a célula passa desde que nasce até que se divide e é constituído por duas fases fundamentais – a interfase e a fase mitótica.
A interfase é a fase mais longa do ciclo celular e integra três fases G1, S e G2, nas quais se dá o crescimento celular e dupicação do DNA.
Na fase mitótica podemos verificar a ocorrência de duas divisões: a divisão do núcleo – mitose – e do citoplasma – citocinese. A mitose é composta por 4 fases: profase; metafase; anafase e telofase.
A profase é a etapa mais longa da mitose, onde os filamentos de cromatina se condensam. A metafase é a etapa onde se forma a placa equatorial. Na anafase dá-se a fragmentação dos centrómeros, separando-se os cromatídeos, que passam a formar um cromossoma. Na telofase acontece o contrário da profase.
Após a mitose, ocorre então a citocinese, na qual o citoplasma da célula original vai ser dividido em duas partes o que irá originar duas novas células.
Conceitos:
Raiz da cebola ;
Vidro de relógio;
Lamparina de álcool;
Laminas e lamelas;
Material de dissecacção (agulha e bisturi);
Acido cloridrico;
Orceína acético;
Acontecimentos/Objectos:
1. Misture, num vidro de relógio, nove partes de orceínas acéticas com uma parte de ácido cloridrícas;
2. Corte três a seis vértices vegetativos com cerca de 20mm de comprimento: coloque-os na solução preparada em 1;
3. Aqueça o vidro de relógio, passando-o 3 ou 4 vezes sobre a chama, até se saltarem vapores. Não deixe ferver.
4. (…) e corte cerca de 1mm a partir da extremidade, rejeitando a parte restante;
Interpretação:
A interfase é a fase onde há multiplicação e deste modo tem o núcleo individualizado e com o DNA (…).
A profase é quando o material genético se organiza e os cromossomas apresentam-se curtos e espessos. Na telofase os cromossomas estão no polo da célula, reconstitui-se a membrana e o citoplasma está a dividir-se.
O ácido cloridríco serve para dissolver as lamelas medianas que unem as células umas às outras.
A orceína acética utilizou-se para dar cor às fibras.
Aqueceu-se a solução para acelerar o processo.
A célula foi estrangulada para que se separem os tecidos, só deste modo se pode visualizar.
Conclusão:
Através desta actividade laboratorial ficamos a compreender como ocorre a fase mitótica, compreendendo e visualizando os acontecimentos que os cromossomas vão sofrendo ao longo da mitose.
A fim de concluir esta actividade laboratorial com sucesso, o nosso grupo utilizou duas preparações diferentes, porém, apenas a primeira revelou melhores resultados apesar de só identificarmos a interfase e duas fases da mitose das células do ápice vegetativo da cebola porque cerca de 90% do ciclo baseia-se na interfase.
Actividade nº2
Questão foco: Quais as estratégias da rerodução assexuada em leveduras e no bolor do pão?
Teoria:
• Reprodução assexuada.
Princípios:
A reprodução assexuada permite a formação de novos individuos a partir de um só progenitor, sem que haja intervenção de células sexuais. Neste tipo de reprodução, os descendentes desenvolvem-se a partir de uma célula ou de um conjunto de células do progenitor, pelo que todos os individuos são geneticamente iguais. A produção destes individuos designa-se por clonagem.
Existem processo de reprodução assexuada, os mais comuns são: Bipartição (divisão de um ser em dois com idênticas dimensões); Gemulação (formação de uma ou mais saliências, os gomos ou gemas, que se desenvolvem e separam, originando novos seres); esporulação (formação de células reprodutoras, os esporos, cada um dos quais pode originar um novo individuo); multiplicação vegetativa (formação de novos seres a partir do desenvolver de certas estruturas vegetativas, como raízes, caule, folhas); fragmentação (separa de fragmentos do corpo, originando cada fragmento do novo indivíduo por regeneração); partenogénese (formação de novos indivíduos exclusivamente a partir do desenvolvimento de gametas femininos).
Conceitos:
Reprodução assexuada;
Células;
Leveduras;
Bolor;
M.O.C. ;
Progenitor;
Lupa binocular;
Mecânismos reprodutores;
Procedimento:
1. Retiramos uma gota de uma suspensão de leveduras, previamente preparada e montamos entre a lamina e lamela;
2. Observamos a microscópio e resgistamos num esquema;
3. Recolhemos um pedaço de pão com bolor e observamos na lupa binocular:
Interpretação:
Através dos resultados obtidos verificamos que as leveduras se reproduzem através da gemulação, visto que se formam saliências que se desenvolvem e separam e conseguem originar um novo ser. No entanto, o bolor do pão reproduz-se graças à esporuação, já que através das células reprodutoras formadas (esporos), cada pode originar um novo individuo.
Conclusão:
Concluimos que os fungos e as leveduras podem-se reproduzir assexuadamente por esporulação e por gemulação, repectivamente relativamente aos dois processos reprodutivos existem diferenças a nível morfológico, o bolor do pão apresenta um aspecto filamentoso, já as leveduras apresentam uma forma oval. Podemos então concluir que as leveduras e o bolor do pão têm estruturas morfoógicas diferentes, assim como formas distintas de se reproduzirem.
Actividade nº3
Questão foco: Como ocorre a reprodução sexuada nas plantas com flor?
Teoria:
• Reprodução sexuada nas plantas com flor.
Princípios:
Na reprodução sexuada nas plantas com flor é necessário a ocorrência de polinzação ou transporte de grãos de polén para os orgãos femininos da mesma flor, carpelos, ou então para os das outras plantas da mesma especie. Nas anteras, orgãos sexuais masculinos, tem sacos polínicos (local onde se formam os grão de pólen),e nos carpelos, orgãos femininos, existem os óvulos.
As plantascom flor contém dois orgãos reprodutores, osestames e os carpelos. O estame é constituído pela antera e o filete e o carpelo pelo estigma, estilete e ovário.
Conceitos:
Flor;
Reprodução sexuada;
Estame;
Antera;
Filete;
Carpelo:
Estigma;
Estilete;
Procedimento:
1. Observou-se a flor do tabuleiro, efectuou-se um esquema legendando essa flor;
2. Cortou-se um estame, e observou-se à lupa fez-se um esquema legendado;
3. Efectuou-se um corte transversal da antera , observou-se à lupa e fez-se um esquema;
4. Cortou-se um carpelo e fez-se um esquema legendado;
Interpretação:
Através dos resultados podemos dizer e visualizar que a flor contém orgãos sexuais femininos e masculinos. O orgão feminino é o carpelo e é constituido pelo estigma, estilete e ovário e neste último é formado os gametas femininos. Nos orgãos masculinos (estame) é produzido sacos polinicos onde são produzidos grãos de pólen.
Conclusão:
Com este trabalho podemos observar a constituição de uma planta com flor e os seus respectivos orgãos sexuais. A experiência foi realizada conforme era esperado e os resultado corresponderam com a teoria.
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